Brasil, 1 de julho de 2025
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Governo judicializará disputa sobre aumento do IOF após veto do Congresso

Governo federal recorre ao STF contra decisão do Congresso de derrubar aumento do IOF, defendendo prerrogativa do Executivo na definição de alíquotas

O advogado-geral da União, Jorge Messias, anunciou nesta terça-feira que o governo irá judicializar a disputa com o Congresso pelo decreto que promoveu o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A decisão foi tomada após o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular a decisão parlamentar de derrubar a medida.

Decisão do governo de judicializar a controvérsia sobre o IOF

Segundo Jorge Messias, a avaliação técnica da equipe jurídica do governo aponta que a ação será uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), com pedido de liminar, ou seja, uma decisão provisória para garantir a validade do decreto enquanto o STF analisa o caso.

Messias explicou ainda que a AGU (Advocacia-Geral da União) sustenta que o artigo 153 da Constituição atribui à União a competência de instituir impostos sobre operações de crédito, câmbio, seguro ou relativas a títulos mobiliários, sendo facultado ao Executivo alterar as alíquotas desses tributos. Assim, ao aprovar o projeto na semana passada, o Congresso teria usurpado suas funções privilegiadas.

Impeachment da decisão parlamentar e o princípio da separação de poderes

Messias destacou que a medida busca assegurar a correção constitucional, observando os princípios presentes na Constituição Federal, especialmente os artigos 84, 153 e 151. “Alterou-se as alíquotas dentro dos limites e condições estabelecidos pela própria Constituição”, afirmou.

O governo entende que, pela Constituição, a prerrogativa de definir as alíquotas do IOF é do Executivo e, ao não recorrer à via judicial, estaria abrindo precedente que poderia vulnerabilizar futuras ações presidenciais diante do Legislativo.

Contexto político e desdobramentos

Internamente, Lula tem afirmado que a judicialização visa mais do que defender uma arrecadação de R$ 12 bilhões: é uma forma de estabelecer uma linha limite que o Congresso não pode ultrapassar. A estratégia é marcar uma posição clara sobre a separação de poderes.

Apesar da decisão judicial, aliados do presidente Lula afirmam que o debate político deve continuar e que a disputa entre as esferas política e jurídica precisa ser mantida separada.

Apoio jurídico e posicionamento do governo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a decisão da AGU é técnica, ressaltando que o presidente deve preservar suas prerrogativas constitucionais. “Ele foi incumbido de saber se o governo agiu dentro dos limites da Constituição”, declarou Haddad (Fonte).

Haddad também afirmou que as negociações com o Congresso continuarão, apesar do impulso judicial. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, busca retomar o diálogo com lideranças da Câmara, incluindo o presidente Arthur Lira, para evitar que o impasse prejudique o avanço de outras propostas.

Repercussões e perspectivas futuras

Analistas consideram que a ação no STF é uma tentativa de reforçar a autoridade do Executivo e restringir a interferência parlamentar em matérias fiscais de impacto direto na política econômica.

Já o líder do União Brasil, Pedro Lucas Fernandes, afirmou que há necessidade de diálogo: “Precisamos virar a página e sentar para conversar, mesmo com as diferenças”. Por outro lado, o líder do MDB, Isnaldo Bulhões, defende mudanças no tamanho do Estado como estratégia de fortalecimento econômico e social.

Enquanto isso, o Congresso mantém a postura de resistência. Hugo Motta, presidente da Câmara, alertou que não aceitará a judicialização de forma unilateral e reforçou que a responsabilidade de definir as alíquotas é do Legislativo, segundo a Constituição.

O PSOL, por sua vez, entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a derrubada do decreto pelo Congresso. A Corte Suprema deve apreciar o pedido de liminar para evitar insegurança jurídica e possíveis litígios em massa.

Espera-se que o STF decida sobre a validade do decreto enquanto o governo busca consolidar sua posição jurídica. O conflito evidencia a tensionamento entre os poderes e o desafio de equilibrar prerrogativas constitucionais e o respeito às instituições.

Para acompanhar a evolução do caso, consulte a notícia completa no Globo.

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