No contexto de um profundo luto familiar, a Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou que cumprirá voluntariamente o pedido de uma nova autópsia no corpo de Juliana Marins. A brasileira, que perdeu a vida em uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, teve seu corpo confirmado para chegar a São Paulo nesta terça-feira, dia 1º. O translado, segundo a companhia aérea Emirates Airlines, deve ser finalizado na quarta-feira, dia 2, no Rio de Janeiro.
Mais um capítulo na triste história
A Emirates Airlines, em um comunicado, estendeu suas “profundas condolências” à família Marins, que fez um apelo urgente em busca de informações sobre o translado do corpo. Mariana Marins, irmã mais velha de Juliana, expressou sua frustração com a falta de comunicação da companhia aérea. “Estamos tentando confirmar o voo que trará Juliana para o Rio. Porém, a Emirates não quer confirmar o voo! É descaso do início ao fim”, declarou.
Pedido de nova autópsia
O pedido de uma nova autópsia teve origem na insatisfação da família com os resultados da primeira autópsia, que foi realizada em Bali. Os laudos indicaram que Juliana morreu devido a múltiplas fraturas e lesões internas, mas a família questiona a ausência de esclarecimentos sobre o momento exato em que a tragédia ocorreu. “Com o auxílio da Prefeitura de Niterói, acionamos a Defensoria Pública da União, que imediatamente fez o pedido na Justiça Federal solicitando uma nova autópsia”, revelou Mariana, representando a angústia e a busca por respostas.
A primeira autópsia e suas controvérsias
A primeira autópsia, realizada no dia 26 de junho, chegou a algumas conclusões, mas gerou muitas dúvidas e polêmicas. O médico-legista destacou que a brasileira não sofreu hipotermia e sobreviveu aproximadamente 20 minutos após o trauma. Mariana Marins criticou a forma como as informações foram divulgadas, afirmando que sua família foi chamada para receber o laudo, mas a coletiva de imprensa sobre os resultados ocorreu antes que eles tivessem acesso ao relatório.
Respostas das autoridades indonésias
Em meio ao clamor da família, Lalu Muhamad Iqbal, governador da província de Sonda Ocidental, fez uma declaração pública reconhecendo a falta de infraestrutura nas operações de resgate. Em um vídeo postado nas redes sociais, Iqbal admitiu que a operação de resgate não foi eficiente e que a região carece de melhores condições para tais ocorrências. “Reconhecemos que o número de profissionais certificados em resgate vertical ainda é insuficiente e que nossas equipes carecem de equipamentos adequados para esse tipo de missão”, destacou.
Expectativas para o futuro
Com a confirmação do desembarque do corpo e as expectativas em torno da nova autópsia a serem realizadas em solo brasileiro, a família de Juliana Marins espera por um esclarecimento mais amplo sobre as circunstâncias da morte da jovem. A pressão emocional e a busca por respostas se acumulam enquanto amigos e familiares aguardam que a verdade venha à tona, trazendo um pouco de paz em meio ao luto.
A tragédia de Juliana Marins reitera a importância das adequações na infraestrutura e no suporte às operações de resgate em locais de turismo que envolvem riscos, trazendo à tona a responsabilidade das autoridades, tanto brasileiras quanto indonésias, em garantir a segurança de seus cidadãos em situações de emergência.
O que se desenrola em relação ao caso é uma intersecção de emoções, burocracias e a inabalável busca por justiça e compreensão dos fatos, que se torna mais evidente nos clamorosos apelos da família. É um alerta sobre a fragilidade humana diante da natureza e da necessidade de um olhar mais atento às questões envolvendo turismo e segurança.