Brasil, 1 de julho de 2025
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Medidas afirmativas no concurso público buscam igualdade de gênero

A segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado prioriza a inclusão feminina nas etapas seletivas, com medidas inovadoras.

O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) anunciou uma importante iniciativa para promover a igualdade de gênero na segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU). A nova medida prevê a equiparação do número de mulheres que avançam para a segunda fase do concurso, caso sua participação na primeira fase seja inferior a 50%. Essa ação visa corrigir uma disparidade que, segundo o ministério, foi observada na edição anterior do certame.

O que muda na segunda edição do CNU

O CNU é um importante passo para a inclusão de minorias em posições no serviço público. A proposta de equiparar o número de candidatos do sexo feminino e masculino, quando necessário, reflete uma preocupação da administração pública com o tratamento equânime dos concorrentes. Por exemplo, se do total de candidatos classificados na primeira fase, a maioria for composta por homens, o MGI convocará um número adicional de mulheres para garantir que a participação entre os gêneros seja igualitária na prova discursiva.

No cenário delineado pelo MGI, consideremos um cargo com 20 vagas. Se o número de candidatos chamados para a fase discursiva é de 180, com 117 referentes à ampla concorrência e 63 às cotas, a situação se ajusta da seguinte maneira: se entre os 117 classificados da ampla concorrência, 65 são homens e 52 mulheres, a convocação incluirá 13 mulheres adicionais, resultando em um total de 65 candidatos de cada gênero concorrendo na próxima fase.

Desafios enfrentados pelas mulheres

A ministra Esther Dweck destacou em declarações recentes que o menor índice de aprovação das mulheres se deve a desafios como a dupla ou até tripla jornada de trabalho. Observou que a média de idade dos aprovados na primeira edição do CNU englobava adultos que frequentemente equilibravam trabalho, estudo e responsabilidades familiares.

“A prova discursiva acaba por capturar mais a experiência acumulada ao longo dos anos, que, frequentemente, pode ser desvantajosa para as mulheres que não conseguem dedicar o mesmo tempo que os homens ao estudo específico para o concurso”, comentou a ministra. Essa análise ressalta a necessidade da ação afirmativa, pois garante que mais mulheres consigam alcançar a fase seguinte do concurso.

Detalhes e cronograma do CNU 2025

A segunda edição do CNU ocorrerá entre os dias 2 e 20 de julho de 2025, com várias etapas programadas, incluindo a prova objetiva em 5 de outubro e a discursiva em 7 de dezembro. As inscrições estarão abertas por um período específico, e o edital incluirá detalhes sobre a aplicação das cotas. Essa edição também manterá 30% de vagas para negros, indígenas e quilombolas, além de 5% para pessoas com deficiência, em conformidade com a nova legislação de cotas, divididas em 25% para negros, 3% para indígenas e 2% para quilombolas.

Dados relevantes da edição anterior

A primeira edição do CNU revelou uma discrepância significativa entre os gêneros, com 63% dos aprovados sendo homens. Dos 6.640 postos disponíveis, apenas 2.447 foram ocupados por mulheres. Essa realidade motivou a criação de ações afirmativas, como descrito anteriormente, para equilibrar o número de aprovações entre gêneros, especialmente em categorias em que a presença feminina é crucial.

Entre os blocos temáticos no primeiro CNU, apenas na área de Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos as mulheres conseguiram ultrapassar a marca de 50% das vagas, o que ressalta a penúria de representatividade em outras áreas, como tecnologia e engenharia, onde a participação feminina é drasticamente menor.

Expectativas e o futuro do CNU

As novas medidas estabelecidas para essa segunda edição do CNU soam como um passo positivo em direção à igualdade. A expectativa é que as iniciativas não apenas aumentem o número de mulheres aprovadas, mas também que fomentem um ambiente mais justo e representativo no serviço público.

As reformas propostas pelo MGI, juntamente com uma gestão cuidadosa das provas e a inclusão de cotas, ressalta a determinação do governo em sanar desigualdades históricas. Contudo, o sucesso dessas medidas dependerá da adesão dos candidatos e do acompanhamento constante da eficácia das políticas de igualdade propostas.

O CNU, que se consolidou como o “Enem dos Concursos”, certamente será observado atentamente, pois representa não apenas uma oportunidade de emprego, mas também uma chance de promover um futuro mais igualitário no serviço público brasileiro.

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