Brasil, 1 de julho de 2025
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Sabesp apresenta plano de contingência após despejo de esgoto no Rio Tietê

Sabesp interrompe despejo de esgoto e propõe medidas para minimizar impactos ambientais após rompimento de tubulação na Marginal Tietê.

No último fim de semana, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) apresentou um plano de contingência após o registro de despejo de esgoto sem tratamento no Rio Tietê. A ação foi uma resposta ao rompimento de uma tubulação na Marginal Tietê, que resultou em volumosos despejos na região. Este incidente levantou preocupações sobre os impactos ambientais e a saúde pública, levando a encontros urgentes entre representantes da Sabesp, do governo estadual e da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

Entenda o despejo de esgoto no Rio Tietê

A primeira notícia do despejo ocorreu na última sexta-feira (28), quando a TV Globo flagrou um líquido escuro e malcheiroso saindo de tubulações ligadas a bombas na Marginal Tietê. Nos últimos dias, a pressão sobre a Sabesp aumentou, e a Cetesb notificou a companhia, dando um prazo de 72 horas para apresentar soluções alternativas ao despejo.

De acordo com a Sabesp, o despejo era necessário para esvaziar a tubulação rompida e garantir a segurança dos trabalhadores que precisavam realizar reparos a cerca de 18 metros de profundidade. O rompimento foi causado por um colapso estrutural, e cerca de 216 milhões de litros de esgoto estavam sendo despejados diariamente — quantidade equivalente a 86 piscinas olímpicas.

Medidas emergenciais propostas

No encontro realizado nesta segunda-feira (30), a Sabesp apresentou soluções temporárias que incluem a instalação de tubulações suspensas em dois pontos críticos da Marginal Tietê: nas pontes da Casa Verde e da Freguesia do Ó. Esses novos dutos transferirão o esgoto para o lado oposto do rio, onde há uma estação coletora operante.

Além disso, será construída uma nova tubulação entre a Rodovia dos Bandeirantes e o bairro Pirituba, com o objetivo de direcionar o esgoto para a Estação de Tratamento de Barueri. As obras têm prazo estimado de conclusão de cerca de 45 dias, e a Sabesp afirma que o despejo de esgoto foi interrompido no último sábado (29).

Os impactos ambientais e a responsabilidade social

Apesar das intervenções, o impacto do despejo no ambiente já é motivo de preocupação. Cesar Pegoraro, educador e mobilizador da SOS Mata Atlântica, destacou que incidentes como esse podem prejudicar anos de esforços pela despoluição do Rio Tietê. Ele afirma que o lançamento de esgoto aumenta a quantidade de matéria orgânica, gerando gases como o metano e alterando a coloração e a qualidade da água.

A Cetesb informou que fará uma nova vistoria na região para avaliar os danos causados pelo despejo. O diretor de Engenharia da Sabesp, Roberval Tavares, esclareceu que a manobra emergencial é temporária e visa garantir a segurança dos trabalhadores, que estão realizando diagnósticos e reparos na rede de esgoto.

Repercussões na sociedade e futuro das obras

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) expressou a preocupação com a situação, caracterizando o despejo como um “efeito colateral horrível”. A infraestrutura de saneamento, que já enfrenta desafios devido ao aumento populacional e à falta de manutenção, foi novamente colocada à prova com este imprevisto.

Com os trabalhos de reparo em andamento, a Sabesp reafirmou que a movimentação de esgoto para outras estruturas é a única solução viável para permitir o acesso seguro dos profissionais à tubulação danificada. Contudo, a empresa também recebeu críticas, pois especialistas alertam que alternativas técnicas poderiam ter sido mais benéficas ao meio ambiente.

Próximos passos

Enquanto a Sabesp trabalha nas soluções emergenciais, a comunidade de São Paulo continua a se pronunciar sobre a qualidade da água do Rio Tietê. Especialistas e ambientalistas clamam por investimentos em infraestrutura que promovam um futuro sustentável e que garantam a proteção dos recursos hídricos da região. O desafio agora é garantir que incidentes como esses não voltem a ocorrer, protegendo não apenas o meio ambiente, mas também a saúde da população.

O caso destaca a fragilidade do sistema de esgoto de São Paulo e a necessidade urgente de revitalização da infraestrutura que suporta as necessidades de uma metrópole em crescimento.

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