Brasil, 1 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Governo aciona Justiça após derrubada de decreto do IOF

Governo federal busca reverter derrubada de decreto do IOF, visando aumentar arrecadação e garantir metas fiscais.

O governo federal decidiu, nesta segunda-feira (30/6), acionar a Justiça contra a derrubada do decreto que estabelecia novas regras de cobrança para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O decreto foi divulgado no dia 11 de junho e derrubado em votação no Congresso Federal na última quarta-feira (25/6). Essa decisão é parte de uma estratégia maior para garantir a arrecadação de receitas e cumprir as metas fiscais estabelecidas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Novela do IOF

O cenário em torno do IOF tem sido complicado desde que o governo federal publicou um decreto em 22 de maio, estabelecendo a cobrança de IOF em operações que anteriormente eram isentas e aumentando as alíquotas para transações já submetidas ao tributo. Esta medida encontrou uma forte resistência por parte de agentes do mercado financeiro e também de parlamentares, resultando em alterações rápidas no decreto.

Apesar das tentativas de acordo entre o governo e o Congresso, uma nova intransigência tomou conta da situação. No dia 11 de junho, um novo decreto de IOF foi emitido pelo governo, mas a situação se complicou ainda mais com a aprovação de um decreto legislativo que anulou seus efeitos na última quarta-feira.

Ações do governo para reverter a decisão

A Advocacia Geral da União (AGU) está encarregada de protocolar uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a derrubada do decreto do IOF. O ministro da AGU, Jorge Messias, já começou os estudos e a elaboração das contestações para restabelecer a validade do decreto anterior. A expectativa é de que a ação seja apresentada ainda nesta terça-feira (1º/7).

A polemica em torno da judicialização das decisões do Congresso foi amplamente debatida entre os ministros do governo, onde muitos acreditam que a decisão sobre as alíquotas de impostos cabe exclusivamente ao Executivo, o que tornaria a medida do Congresso inconstitucional. Contudo, o custo político de um possível embate judicial também foi uma preocupação levantada.

Embate com o legislativo

Na sexta-feira (27/6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia sinalizado a disposição do governo em “vestir o uniforme do embate” nesse cenário de conflitos com o legislativo. O ministro destacou a importância de um debate público e político, enfatizando que a disputa por ideias deve ser feita com conhecimento e empatia.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, também se manifestou a respeito da possível judicialização, afirmando que não haveria afronta ao Legislativo caso o governo decidisse seguir por essa via. Ele argumentou que, em um cenário democrático, é direito do Executivo buscar a Justiça para defender o que acredita ser o correto.

Contas públicas e metas fiscais

A razão principal por trás das mudanças no IOF é o objetivo do governo de aumentar a arrecadação em R$ 20,5 bilhões em 2025 e em R$ 40 bilhões em 2026, visando a meta de déficit zero, que está alinhada ao novo arcabouço fiscal proposto. Além disso, um corte de gastos de R$ 31,3 bilhões foi anunciado no mesmo dia em que o decreto original sobre o IOF foi publicado.

Contexto jurídico

Um processo já estava tramitando no STF, movido pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), questionando a derrubada do decreto. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, decidiu que o caso será relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. A expectativa é de que o STF se pronuncie em breve, podendo definir não apenas o destino do IOF, mas também as relações entre os poderes executivo e legislativo no Brasil.

Esse episódio é um exemplo claro da tensão entre o Congresso e o Executivo, mostrando como questões orçamentárias e fiscais podem gerar conflitos. O governo está determinado a lutar pelo que considera ser seu direito, mas os custos políticos e sociais dessa decisão são, sem dúvida, uma preocupação que navegará nas próximas semanas.

Portanto, o desdobramento dessa questão ainda promete trazer muitos debates ao cenário político e econômico brasileiro.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes