A equipe de beisebol Los Angeles Dodgers foi alvo de críticas nesta semana após impedir a cantora Nezza, de origem colombiana e dominicana, de interpretar o hino nacional em espanhol durante um jogo contra os San Francisco Giants no estádio de Los Angeles. A decisão ocorreu em meio à crescente tensão com a comunidade latina, especialmente diante de recentes operações de imigração e protestos relacionados ao ICE na cidade.
Rejeição ao canto em espanhol e a reação de Nezza
Nezza revelou que, antes do jogo, perguntou à organização dos Dodgers se poderia cantar o hino em uma combinação de inglês e espanhol, o que inicialmente não foi negado. No entanto, poucos dias antes do evento, ela decidiu interpretar a versão completa em espanhol, inspirada na história do hino e na luta dos imigrantes.
“Na véspera, decidi fazer tudo em espanhol”, contou Nezza em entrevista à CNN. “Foi aí que percebemos que a equipe tinha mudado de ideia e nos disseram que não poderíamos cantar dessa forma.” Ela então decidiu desconsiderar a orientação e realizou sua versão em espanhol na máscara do protesto, registrando tudo em vídeos e ganhando grande repercussão.
Documentando a resistência e a controvérsia
Nezza publicou um vídeo no TikTok, que viralizou com quase 14 milhões de visualizações, mostrando sua interpretação livre do hino em espanhol na campo. A artista também compartilhou uma história emocional, explicando sua motivação de reivindicar suas raízes e apoiar a comunidade imigrante.
“Para minha gente ❤️ eu estou com vocês”, escreveu ela na legenda do vídeo, reforçando seu posicionamento. Em outro momento, expressou que, apesar da postura da equipe, ela se sentiu compelida a agir por seus pais, que são imigrantes e se tornaram cidadãos brasileiros.
Reação da comunidade e histórico do estádio
Comentários nas redes sociais criticaram duramente a postura do Dodgers, destacando a contradição de uma equipe que foi construída sobre Chavez Ravine, uma área que até hoje simboliza a expulsão e marginalização da comunidade mexicana-americana na década de 1950.
“Achei que finalmente eles estavam apoiando os seus fãs latinos, mas me enganei”, comentou um torcedor, que afirmou que não vai mais assistir aos jogos até a equipe mudar sua postura. Outros diversos apoiadores aplaudiram Nezza por sua coragem e criticaram a suposta censura da organização.
Respostas institucionais e desfecho
Segundo relatos, a equipe do Dodgers entrou em contato com a representante de Nezza após a polêmica, pedindo que ela nunca mais retornasse ao estádio, e ela foi informada de que sua cliente não seria mais bem-vinda. A reação negativa levou a uma onda de nomeações às ações do time, considerando-as hipócritas frente ao discurso de apoio às comunidades imigrantes.
Especialistas também relembram que o hino espanhol “El Pendón Estrellado” foi criado em 1945 como parte de uma iniciativa do governo dos Estados Unidos para fortalecer laços com países latino-americanos, sendo até hoje a única versão oficial permitida para canto em espanhol.
Impacto e futuras discussões
A controvérsia levanta debates importantes sobre o papel das equipes esportivas na representação de suas comunidades e na defesa de direitos civis. Enquanto isso, Nezza continua recebendo apoio de diversos setores e reforçando sua mensagem de resistência e orgulho cultural.
Qual sua opinião? Como as organizações esportivas devem agir diante de debates culturais e políticos como esse? Compartilhe nos comentários.