Brasil, 1 de julho de 2025
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A migração em Santa Catarina e seu impacto no conservadorismo

Santa Catarina registra um aumento populacional significativo enquanto Rio e São Paulo enfrentam queda, gerando polêmica no debate sobre conservadorismo.

O cenário migratório brasileiro vem passando por mudanças consideráveis nos últimos anos, especialmente em 2022, quando Santa Catarina se destacou ao registrar um saldo migratório positivo, contrastando com Estados tradicionais como Rio de Janeiro e São Paulo, que tiveram perdas populacionais. Em um contexto onde a política conservadora se fortalece, essa dinâmica levanta questões sobre as implicações da migração para o futuro político e social da região.

A ascensão de Santa Catarina no mapa migratório

No Censo de 2022, Santa Catarina apresentou um crescimento populacional de 354.350 pessoas, correspondendo a 4,66% da sua população total. Esse saldo migratório positivo coloca o estado como destaque nacional em uma mudança significativa nas tendências de migração no Brasil. De acordo com a deputada bolsonarista, Ana Zanatta, a chegada de novos migrantes deve ser acompanhada de uma adaptação às raízes e tradições do estado. “Quem quiser migrar para Santa Catarina tem que ser para trabalhar e contribuir”, afirmou a parlamentar, enfatizando a necessidade de respeito à cultura local.

A pressão sobre os serviços públicos

Com o crescente fluxo migratório, cidades como Chapecó e Criciúma enfrentam desafios na infraestrutura básica de serviços públicos. Zanatta destacou que a superlotação em hospitais e a escassez de vagas em creches são consequências diretas desse movimento. “Começam a criar, por exemplo, loteamentos irregulares e fazer uma ocupação desordenada”, alertou, citando o exemplo do Rio de Janeiro, onde essa realidade é predominante.

O impacto no Rio de Janeiro e São Paulo

Enquanto Santa Catarina se beneficia do aumento populacional, estados como o Rio de Janeiro enfrentam uma reversão drástica. Em 2022, o estado registrou a maior perda populacional do país, com um saldo migratório negativo de 165.360 pessoas. A maioria dos fluminenses que deixou o estado optou por destinos próximos, como São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, reforçando a tendência de migrações internas dentro da Região Sudeste.

São Paulo, historicamente um polo de atração populacional, também apresenta um fenômeno inédito. Entre 2017 e 2022, mais pessoas deixaram o estado do que chegaram, resultando em um saldo migratório negativo de 90 mil habitantes, o primeiro da história desde a implementação de métricas fixas em censos desde 1991. Este cenário acentuou os debates sobre a identidade e os valores conservadores que predominam no estado, dado que muitos migrantes que se estabelecem em Santa Catarina têm perfis sociais e políticos variados.

Consequências políticas e sociais

O crescimento populacional em Santa Catarina traz à tona um dilema: o que isso significa para o conservadorismo que caracteriza a política do estado? A deputada Zanatta expressou sua preocupação, afirmando que “quem chega nem sempre compartilha dos nossos valores” e que é essencial garantir que novos habitantes não “votem na esquerda”. Essas declarações refletem uma tensão entre a necessidade de desenvolvimento econômico por meio da migração e o desejo de manter uma base conservadora tradicional.

O fenômeno migratório, assim, não apenas altera o panorama demográfico, mas também provoca um rebuliço nas bases políticas já estabelecidas. Com novas vozes e perspectivas entrando na cena, os próximos anos podem trazer mudanças significativas nas eleições e nas decisões políticas em Santa Catarina e em outros estados do Brasil.

O desafio será equilibrar os benefícios da migração com a preservação dos valores que muitos habitantes ainda consideram fundamentais. Para a política local e a identidade cultural do estado, essa é uma questão que não pode ser ignorada. A migração não é apenas uma questão de números, mas sim um elemento chave que moldará o futuro das interações sociais em um Brasil em constante transformação.

À medida que Santa Catarina continua a atrair migrantes de outras partes do Brasil, o diálogo em torno da política, tradição e identidade se torna cada vez mais relevante em debates públicos. Observadores e políticos locais devem estar atentos às dinâmicas sociais para que possam atuar de forma proativa em resposta a essa realidade emergente.

Fonte: O Globo

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