A administração Trump entrou com uma ação contra Los Angeles nesta segunda-feira, argumentando que as políticas de cidade santuário, que limitam a cooperação com as autoridades federais de imigração, resultaram em “desordem” depois de manifestações contra operações de deportação em junho de 2025.
Acusações e impacto das políticas de cidade santuário
O Departamento de Justiça (DOJ) afirma na denúncia que as políticas de Los Angeles são “ilegais” e “interferem e discriminam” a aplicação das leis de imigração federais. Segundo o DOJ, a recusa da cidade em colaborar com as autoridades federais desde o início de junho levou a episódios de tumulto, saques e vandalismo.
“A recusa de Los Angeles em cooperar com as autoridades federais resultou, desde 6 de junho de 2025, em situação de caos, incluindo protestos, motins, saques e vandalismo”, sustenta o documento jurídico. A situação foi tão grave que as Forças Armadas dos EUA, incluindo a Guarda Nacional da Califórnia e os Marine Corps, foram mobilizadas para conter os atos de violência.
Reações políticas e sociais
O presidente Donald Trump intensificou a sua política de deportações em massa, enfrentando resistência de políticos, eleitores e tribunais por todo o país. Em Los Angeles, milhares de pessoas participaram de manifestações pacíficas contra as operações do Immigration and Customs Enforcement (ICE), embora alguns encontros tenham se tornado violentos após confrontos com a polícia.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, que é membro do Partido Democrata, contestou a mobilização da Guarda Nacional pelo governo federal, considerando-a uma medida controversa e autoritária. Em resposta, Newsom processou Trump, acusando-o de “causar caos, terrorizar comunidades e comprometer os princípios democráticos”.
Acusações formais e justificativa do governo federal
No documento apresentado, a procuradora-geral Pamela Bondi afirmou que as políticas de cidades santuário “são a principal causa do caos” durante os protestos recentes. “Jurisdições como Los Angeles, ao negligenciar a lei federal, enfraquecem a aplicação da lei por toda parte — e isso termina sob o governo de Trump”, declarou Bondi.
Em março de 2025, o Conselho Municipal de Los Angeles votou por unanimidade a favor da definição da cidade como uma cidade santuário, proibindo o uso de recursos públicos, como propriedades e pessoal, para ações de imigração. A medida, segundo um comunicado da Câmara, visa fortalecer a proteção dos imigrantes na cidade, impedindo a troca de informações com agências federais de imigração.
Implicações e próximos passos
A ação judicial representa uma escalada na disputa entre o governo federal e as cidades que adotam políticas de proteção aos imigrantes indocumentados. Analysts avaliam que a contenda pode gerar novos embates jurídicos e políticos, aprofundando o debate sobre o papel das cidades na segurança e na integração de migrantes.
Especialistas também destacam que a decisão terá impacto nas próximas eleições e na discussão sobre a reforma migratória nos Estados Unidos, além de influenciar a relação entre o governo Trump e as administrações locais em todo o país.