A 7ª Vara Federal de Niterói está prestes a analisar o pedido feito pela família de Juliana Marins por uma nova autópsia. A jovem, que foi encontrada morta quatro dias após sofrer uma queda enquanto fazia uma trilha na ilha de Lombok, na Indonésia, deixou muitas dúvidas sobre as circunstâncias de seu falecimento. A nova autópsia é solicitada através da Defensoria Pública da União (DPU-RJ), com o apoio da Prefeitura de Niterói.
De acordo com a família, o corpo de Juliana já passou por um exame na Indonésia, o que gerou polêmicas. Eles acreditam que os resultados da autópsia realizada no exterior não são suficientes para esclarecer as causas da morte. “Juliana foi observada por drones, com imagens que viralizaram, aparentando estar viva e aguardando socorro por dias, deixando dúvidas a família quanto ao momento em que efetivamente veio a óbito”, afirma a petição apresentada pela DPU.
O processo judicial
No sorteio realizado nesta segunda-feira (20/6), a 7ª Vara Federal de Niterói foi escolhida para julgar o pedido de nova perícia médica. A autópsia deverá ser conduzida por legista da Polícia Federal ou, na impossibilidade, por profissionais do Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto da Polícia Civil do Rio. A defesa argumenta que a urgência do pedido se justifica pela necessidade de preservação de evidências, e solicita que a perícia seja realizada em até seis horas após a chegada do corpo ao Brasil.
A cronologia da tragédia
- Sábado (21/6): Juliana Marins realiza uma trilha no Monte Rinjani e acaba caindo cerca de 200 metros em terreno íngreme. Ela é filmada por um drone enquanto ainda se move na encosta.
- Domingo (22/6): O resgate é suspenso devido às condições climáticas adversas, com muita neblina. O Itamaraty informa que estava em contato direto com as autoridades indonésias.
- Segunda-feira (23/6): Um drone operado por resgatistas encontra Juliana, que aparece imóvel a 400 metros do penhasco.
- Terça-feira (24/6): Equipes de resgate localizam o corpo de Juliana a 600 metros da queda inicial.
- Quarta-feira (25/6): O corpo da brasileira é finalmente retirado do Monte Rinjani, já sem vida, utilizando cordas, uma vez que a evacuação por helicóptero não pôde ser realizada devido às condições climáticas.
Contradições nas autópsias
A primeira autópsia, realizada em Bali e divulgada em 27 de junho, concluiu que Juliana morreu devido a um trauma contundente, resultando em danos a órgãos internos e hemorragia. No entanto, informações divulgadas pela Basarnas, a agência nacional de buscas e resgates da Indonésia, apresentam divergências em relação ao que foi reportado pelo médico legista que examinou o corpo.
Para complicar ainda mais a situação, a estimativa do legista responsável pela autópsia, Ida Bagus Alit, sugere que Juliana teria morrido em intervalo de tempo diferente do declarado pela Basarnas. A irmã de Juliana, Mariana Marins, expressou sua indignação em um vídeo gravado, reprovando a forma como a autópsia foi conduzida e criticando o legista por ter divulgado informações à imprensa antes de comunicar a família.
O retorno do corpo ao Brasil
O corpo de Juliana Marins será transportado para Dubai nesta terça-feira (1/7) e, no dia seguinte, será enviado ao Rio de Janeiro. A companhia aérea Emirates confirmou a informação, encerrando um capítulo triste na vida de uma jovem que estava em busca de aventura, mas encontrou um destino trágico no outro lado do mundo.
A luta da família por respostas continua, esperando que a nova autópsia traga à luz informações que possam auxiliar na compreensão das circunstâncias da morte de Juliana Marins.
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