O setor público consolidado, que inclui União, estados, municípios e estatais (exceto setor financeiro e Petrobras), registrou um déficit primário de R$ 33,7 bilhões em maio deste ano, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira. O resultado representa uma redução de 47% em comparação ao déficit de R$ 63,9 bilhões registrado em maio de 2024.
Detalhes do resultado fiscal de maio
O déficit de maio foi impulsionado por um resultado negativo de R$ 37,4 bilhões do governo federal e de R$ 926 milhões das estatais, enquanto os estados e municípios apresentaram superávit de R$ 4,5 bilhões. Os números levam em conta a exclusão do setor financeiro e da Petrobras, considerando as contas fiscais de todos os entes do setor público.
Contexto dos indicadores fiscais
Segundo o Banco Central, a variação mensal da dívida bruta do país, que atingiu R$ 9,3 trilhões em maio, teve alta de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior, impulsionada pelos juros nominais e pela redução de 0,6 ponto percentual no PIB nominal. Enquanto isso, a dívida líquida, que considera os ativos do governo, subiu para 62% do PIB, um aumento de 0,5 ponto percentual comparado a abril.
Perspectivas econômicas e impacto nas contas públicas
Nos últimos doze meses, o setor público acumulou um superávit de R$ 24,1 bilhões, equivalente a 0,20% do PIB. No entanto, ao incluir os juros da dívida, que representam despesas nominais, o déficit nominal soma R$ 125,9 bilhões em maio. Essas cifras sobre a saúde fiscal do país são essenciais para investidores e analistas econômicos na avaliação do risco Brasil.
O relatório do Banco Central também indica que as contas públicas continuam sob pressão, com o levantamento do governo federal, INSS e governos estaduais e municipais. O aprofundamento do déficit reforça a necessidade de reformas fiscais e de controle de gastos públicos, conforme alertado por analistas.
Casos recentes e debates políticos
Recentemente, o Congresso Nacional aprovou medidas que deverão custar R$ 106 bilhões aos cofres públicos neste ano, ampliando o desafio de ajuste fiscal do país. Em entrevista, o CEO da Icatu Seguros destacou que “instituir novos tributos sem o devido debate tem risco”, reforçando a importância de uma discussão ampla sobre a política tributária brasileira.
Conclusão e próximos passos
Apesar do recuo no déficit primário em maio, o aumento da dívida bruta e o alto déficit nominal evidenciam a necessidade de esforços contínuos na gestão fiscal brasileira. O Banco Central deve monitorar atentamente esses indicadores, essenciais para a estabilidade econômica do país.