Brasil, 30 de junho de 2025
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Impacto do capital social na mobilidade social de jovens em situação vulnerável

A influência do capital social na trajetória de jovens de famílias pobres reforça a necessidade de políticas públicas para promover igualdade de oportunidades

Ao discutir a imobilidade social dos mais pobres, destaca-se que a educação, embora fundamental, não é suficiente para garantir ascensão social sem o apoio de redes de relacionamento e recursos sociais. Em uma análise que envolve exemplos práticos, fica claro que fatores como origem socioeconômica e capital social são determinantes na trajetória de jovens no Brasil.

Desigualdades na trajetória de jovens de diferentes classes sociais

Considere dois jovens formados na mesma universidade, com desempenho acadêmico semelhante, mas de origens socioeconômicas distintas. O de família rica tem maior facilidade de acesso a contatos e oportunidades na profissão, além de condições financeiras para postergar o início da carreira. Já o jovem de origem pobre enfrenta obstáculos adicionais, como a falta de uma rede de apoio que facilite sua inserção no mercado de trabalho e o suporte financeiro imediato para investir na carreira.

Preconceito e discriminação reforçam os obstáculos

Segundo o estudo A Desigualdade Racial no Brasil nas Três Últimas Décadas, de 2021, a desigualdade racial no país persiste e é alimentada por ciclos de desvantagens transmitidas de geração em geração. Carlos Hasenbalg e Nelson do Valle Silva destacam como a vulnerabilidade social e o preconceito dificultam o acesso a oportunidades.

Além do aspecto racial, a ausência de um capital social que conecta indivíduos a redes de oportunidades impacta significativamente a mobilidade econômica. Como demonstram Anandi Mani e Emma Riley em artigo de 2021, redes de conexão facilitam acesso a crédito, empregos e informações, influenciando a mobilidade de forma tangível e subjetiva. Indivíduos marginalizados tendem a ficar à margem dessas redes, dificultando mudanças de circunstância.

Redes de relacionamento e mobilidade social

Pesquisas recentes, como a publicada pelos autores Raj Chetty et al. na revista Nature em 2022, evidenciam que regiões com maior diversidade social entre as redes de amizade promovem maior mobilidade econômica. Morar em áreas onde há maior intercâmbio entre diferentes classes oferece chances elevadas de melhorar a renda na fase adulta.

É importante reconhecer que as famílias, por legítima escolha, usam recursos para apoiar seus filhos de acordo com suas possibilidades. Contudo, a limitação das redes de solidariedade e o impacto dos fatores estruturais revelam a insuficiência dessa ajuda isolada para combater desvantagens herdadas.

Políticas públicas como ponte para a inclusão

Para romper esse ciclo de desigualdade, é fundamental que o Estado implemente iniciativas estratégicas e direcionadas. Políticas que ampliem o acesso a redes de conexão, promovam a inclusão social e invistam em educação de qualidade, sobretudo para os mais vulneráveis, podem atuar como mecanismos de correção das assimetrias. Assim, será possível criar condições para que jovens de baixa renda tenham as mesmas oportunidades de crescimento econômico e social.

Perspectivas de mudança e impacto social

Implementar ações para fortalecer o capital social de jovens em situação de vulnerabilidade é uma estratégia que pode contribuir significativamente para reduzir as disparidades e promover uma sociedade mais justa e igualitária. Interromper o ciclo de desvantagens exige, portanto, uma abordagem integrada e pública, capaz de ampliar as redes de apoio e abrir caminhos para a mobilidade socioeconômica de todos.

Para mais detalhes, acesse a fonte original no site do Globo.

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