Um relatório recente, baseado em documentos de inteligência vazados compartilhados por Israel com aliados ocidentais, incluindo os EUA e o Reino Unido, revelou as ambições militares do Irã. De acordo com o documento, o Irã tinha como objetivo produzir até 1.000 mísseis por ano, visando um estoque que chegaria a 8.000 unidades.
A exploração das instalações em solo iraniano
Outra fonte indicada nos vazamentos afirmou: “Agentes no Irã visitaram todas as oficinas e fábricas que foram atacadas, permitindo que Israel alvejasse toda a indústria que sustentava a fabricação de grandes quantidades de mísseis.” No entanto, especialistas estimam que o Irã iniciou sua recente confrontação com Israel possuindo entre 2.000 e 2.500 mísseis.
Segundo informações do jornal The Times, o Mossad concluiu que as capacidades tecnológicas do Irã, seu know-how e acesso a componentes nucleares “estavam avançando rapidamente e eram muito mais extensos do que apenas os principais locais em Fordow, Natanz e Isfahan.”
Monitoramento e operações do Mossad
Um oficial de inteligência sênior afirmou à publicação que Israel monitorou diversas instalações iranianas nos últimos anos com “pés no chão”. Com base na inteligência coletada, Israel começou a se preparar para potenciais ataques no Irã já em 2010.
O relatório também ligou operações de inteligência israelenses a ataques específicos, incluindo o ataque à instalação nuclear de Natanz, que teria sido guiado por espiões israelenses que mapearam o local, incluindo seus layouts subterrâneos. Forças israelenses teriam, inclusive, infiltrado locais sensíveis adicionais em Isfahan e até mesmo a sede do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC).

A paranoia no regime iraniano
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que sua declaração foi baseada em um relatório de inteligência israelense que citou “pessoas que estavam no terreno após o ataque — e disseram que houve destruição total.” Segundo Dr. Efrat Sopher, chefe do Centro Ezri para Estudos do Irã e do Golfo Pérsico da Universidade de Haifa, “durante décadas, Israel acompanhou as atividades do Irã de dentro. O Mossad desempenhou um papel central na neutralização da ameaça iraniana — e seus sucessos contra o Irã e seus proxies ficarão registrados na história.”
A profundidade da penetração de Israel em redes de inteligência iranianas supostamente desencadeou o que os oficiais agora descrevem como um “estado de paranoia” dentro do regime. Mais de 1.000 iranianos foram presos, patrulhas armadas foram enviadas para as ruas, e a chamada “polícia da moralidade” intensificou a fiscalização dos códigos de vestimenta religiosa para as mulheres.
O regime chegaria a convocar cidadãos a espionarem seus vizinhos — monitorando quando saem e voltam para casa e reportando qualquer som suspeito que provenha de dentro de seus apartamentos.

O The Times também abordou relatos de que Trump havia interrompido um plano para assassinar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei. Segundo o jornal, a inteligência israelense considerou o alvo de Khamenei nos estágios iniciais da campanha militar. No entanto, Israel decidiu não atacá-lo no primeiro dia da operação, apesar de ter tido a oportunidade de fazê-lo como parte da onda inicial de ataques.
Um oficial israelense sênior informou ao New York Times que a decisão foi tomada devido à falta de inteligência suficiente para realizar a operação.
O debate sobre a extensão dos danos ao programa nuclear do Irã continua. Enquanto alguns oficiais dos EUA estimam que as capacidades do Irã poderiam ser reconstruídas em “meses”, Trump insiste que a ameaça foi “completamente eliminada”.