Brasil, 30 de junho de 2025
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Bolsonaro reúne 12,4 mil pessoas na Avenida Paulista em manifestação

A manifestação de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista teve 12,4 mil pessoas, segundo estimativa do Monitor do Debate Político da USP.

A manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, teve 12,4 mil pessoas no horário de pico, por volta das 15h40. A estimativa é do grupo de pesquisa “Monitor do Debate Político”, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a ONG More in Common. A margem de erro do levantamento é de 1,5 mil pessoas para mais ou para menos.

A mobilização na Avenida Paulista

A marca de 12,4 mil pessoas equivale a cerca de um terço do ato realizado no mesmo local no dia 6 de abril, quando Bolsonaro foi tornado réu no Supremo Tribunal Federal (STF). Naquela ocasião, foram estimadas 44,9 mil pessoas. O recorde de público registrado pelo grupo de pesquisa continua sendo no dia 24 de fevereiro do ano passado, quando Bolsonaro reuniu 185 mil apoiadores para rebater investigações da Polícia Federal sobre os ataques de 8 de janeiro.

Os discursos e a análise do público

Antes de subirem ao palco, o senador Flávio Bolsonaro e o pastor evangélico Silas Malafaia minimizaram a redução visível de público. Flávio declarou que o importante era a mensagem ser divulgada nas redes sociais, ao passo que Malafaia afirmou que o presidente Lula “não coloca nem metade disso” nas ruas. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) também agradeceu ao público e mencionou possíveis justificativas para a quantidade de pessoas, como jogos de futebol e o fim de mês.

O tema do protesto

O protesto deste domingo teve como tema “Justiça Já” e contou com a participação não apenas de figuras políticas ligadas ao ex-presidente, mas também de diversas lideranças evangélicas, que gravaram vídeos convocando os fiéis para se engajar na demanda por mais do que “orações”. A pressão por uma ação contra o STF tem se intensificado, visto que Bolsonaro já participou de interrogatórios com o ministro Alexandre de Moraes e outros integrantes do que é chamado de “núcleo crucial”.

Metodologia de contagem de público

Para mensurar o público, os pesquisadores utilizam ferramentas de inteligência artificial, analisando fotografias feitas por drones que cobrem toda a extensão da manifestação. A partir daí, aplicam um software desenvolvido por acadêmicos chineses em colaboração com uma empresa privada, que apresenta 72,9% de precisão e 69,5% de acurácia na identificação de indivíduos. Por isso, eles definem uma margem de erro de 12% na contagem. Os dados são disponibilizados publicamente no site do grupo para validação por terceiros.

Movimentos anteriores

O mesmo método foi utilizado em outras manifestações bolsonaristas. Em 16 de março, Bolsonaro reuniu 18,3 mil pessoas em Copacabana, no Rio de Janeiro, também em defesa de uma anistia a golpistas. O movimento teve maior apelo no 7 de setembro do ano passado, quando 45,4 mil pessoas compareceram à Avenida Paulista durante as eleições municipais, onde o prefeito Ricardo Nunes e o influenciador Pablo Marçal disputaram a atenção do público.

O uso político das manifestações

Bolsonaro tem historicamente utilizado as comemorações do feriado da Independência como uma oportunidade para mobilizar seus seguidores. Em 2021, na Paulista, durante seu mandato, ele atacou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e ameaçou não cumprir mais determinações judiciais. Em 2022, após sua derrota para Lula (PT) nas eleições, transformou a data em ato de campanha em Copacabana, sendo impedido de usar as imagens no horário eleitoral pela Justiça, e acabou inelegível por abuso de poder político e econômico em 2023.

Bolsonaro e suas aspirações políticas

Embora esteja inelegível e sob a sombra de condenações e prisão, Bolsonaro continua a se posicionar como um candidato à presidência em 2026, ameaçando a presença de outros políticos de direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Com a contagem da manifestação de domingo e as reações dos líderes presentes, fica claro que Bolsonaro ainda busca mostrar força mesmo diante de um público reduzido, além de reafirmar sua relevância no cenário político brasileiro.

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