Brasil, 31 de dezembro de 2025
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Reajuste dos servidores federais terá impacto de R$ 25,4 bilhões em 2026

O impacto dos reajustes salariais no orçamento federal para os servidores do Executivo tem gerado discussões e análises aprofundadas. Para o ano de 2026, o ajuste será estimado em R$ 25,4 bilhões, um aumento significativo se comparado aos R$ 17,3 bilhões registrados em 2025 e aos R$ 27,8 bilhões projetados para 2027. Esses dados foram divulgados pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI) e obtidos pelo portal Metrópoles através da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Impactos financeiros e acordos salariais

O aumento previsto faz parte de uma série de acordos firmados entre o governo e entidades sindicais, com foco na valorização salarial dos servidores. Tais ajustes devem ser ponderados no contexto das despesas totais, que para 2026 apontam um gasto com pessoal equivalente a R$ 456,87 bilhões. Essa soma inclui não apenas os salários dos servidores, mas também aposentadorias, pensões e benefícios sociais.

De acordo com as estimativas, os R$ 25,4 bilhões correspondem a aproximadamente 5,5% do total a ser gasto com pessoal em 2026. Embora representem uma fração do orçamento, esses valores são relevantes, principalmente em um cenário orçamentário que enfrenta pressão por custos obrigatórios, como aposentadorias e pensões. O impacto financeiro dos reajustes não é desprezível, principalmente considerando que eles foram parcelados em acordos previamente estabelecidos.

Distribuição dos reajustes em diferentes carreiras

Os maiores reajustes de 2025 foram identificados nas seguintes carreiras:

  • Carreiras do Magistério – R$ 4,8 bilhões;
  • Cargos Técnicos-Administrativos em Educação (PCCTAE) – R$ 3,1 bilhões;
  • Servidores do Seguro Social – R$ 1,2 bilhão;
  • Carreiras da Previdência Social, Saúde e Trabalho – R$ 1,2 bilhão.

Para 2026, a previsão de reajustes destaca os seguintes valores:

  • Carreiras do Magistério – R$ 6,7 bilhões;
  • Cargos Técnicos-Administrativos em Educação (PCCTAE) – R$ 4,4 bilhões;
  • Carreiras da Previdência Social, Saúde e Trabalho – R$ 1,8 bilhão;
  • Servidores do Seguro Social – R$ 1,7 bilhão;
  • Carreiras jurídicas – R$ 1 bilhão.

É importante observar que as carreiras com maior impacto orçamentário não necessariamente coincidem com as que tiveram os maiores reajustes, como é o caso das carreiras relacionadas ao Magistério, que abrangem uma grande quantidade de servidores efetivos.

Despesas e justificação do aumento

O último Relatório do Tesouro Nacional (RTN) indica que, entre janeiro e outubro, houve um aumento de R$ 12 bilhões nas despesas com pessoal e encargos sociais, totalizando R$ 322 bilhões. Esse aumento de 3,8% no período é atribuído, em parte, aos reajustes remuneratórios concedidos aos servidores civis e militares.

A variação também se deve a um aumento nos pagamentos de sentenças judiciais e precatórios, o que demonstra que, apesar do impacto relativo dos reajustes, a maior parte do crescimento das despesas com pessoal está ligada a fatores extraordinários. O cenário orçamentário sugere que, embora os reajustes salariais sejam relevantes, não são os únicos responsáveis pela tendência de alta nas despesas.

Compromissos de responsabilidade fiscal

O Ministério da Gestão e Inovação afirma que está comprometido em modernizar e valorizar as carreiras dentro do serviço público. Essa iniciativa está inserida em um amplo projeto de Transformação do Estado, que também busca aprimorar a entrega de políticas públicas. Segundo o ministério, desde 2023, foram reinstalados canais de negociação com servidores, levando em consideração as reivindicações e promovendo melhoria nas condições de trabalho.

O MGI destacou que, desde o início dos acordos, foram assinados 55 termos que contemplaram 100% dos servidores efetivos, prevendo aumentos que visam recuperar as perdas salariais acumuladas nos últimos anos. O ministério reafirma a necessidade de manter a proporcionalidade da despesa com pessoal em relação ao PIB, estimando que essa proporção se mantenha abaixo de 2,6% até 2026.

Em suma, o reajuste dos servidores federais é um tema complexo, que abrange questões financeiras, sociais e políticas, e que continuará a ser debatido nas próximas semanas à medida que o governo negocia as melhores maneiras de estruturar sua força de trabalho e orçamentos futuros.

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