No último fim de semana, uma tragédia marcou a cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, onde um paciente de uma clínica de reabilitação foi encontrado morto sob circunstâncias suspeitas. Wildson Cardoso Felipini, de 30 anos, era dependente químico e estava internado na instituição localizada no Jardim Paulistano. O caso, que gerou protestos da família e requer investigações, levanta questões graves sobre a segurança e os cuidados oferecidos por clínicas de reabilitação no Brasil.
Circunstâncias da morte
Wildson foi encontrado sem vida no último sábado (27), com a família sendo inicialmente informada de que o homem teria sofrido uma parada cardíaca. No entanto, a certidão de óbito revelou lesões e traumas que indicaram uma possível agressão. A irmã de Wildson, Daiara Duarte do Nascimento, expressou sua revolta ao ver o corpo do irmão repleto de marcas e hematomas. “Dava para ver que foi espancado. Tinha muitos roxos na testa, o olho bem roxo. Disseram que foi uma parada cardíaca, mas o que vimos foi muito mais do que isso”, declarou emocionada.
Investigação da Polícia Civil
A Polícia Civil de Ribeirão Preto iniciou uma investigação sobre a morte de Wildson, que está sendo tratada como morte suspeita. O 8º Distrito Policial investiga as circunstâncias em que o paciente faleceu, e a clínica, o Instituto Terapêutico Redentor, alega que tentou prestá-lo socorro e acionou as autoridades após o incidente. A equipe de reportagem da EPTV, afiliada da TV Globo, não obteve sucesso ao tentar falar novamente com a clínica sobre as denúncias de espancamento.
Declarações da família e vizinhos
A família de Wildson revelou que ele se encontrava em tratamento na clínica desde o Natal, após várias internações anteriores. O custo mensal de R$ 2 mil é um reflexo da realidade financeira de muitas famílias que lutam para ajudar seus entes queridos a superar a dependência de substâncias. Edmilson Felipini Júnior, irmão de Wildson, ainda se recupera do luto e afirma que “a revolta é imensa. Queremos justiça e que a clínica seja responsabilizada por essa tragédia”.
Os vizinhos da clínica também relataram que escutaram gritos e barulhos de briga vindos da instituição durante o fim de semana onde Wildson morreu. “Os frentistas que trabalham no posto de gasolina em frente à clínica disseram que ouviram uma briga. Isso levanta mais suspeitas sobre o que realmente aconteceu lá dentro”, acrescentou Edmilson.
Demandas da família e posicionamento da clínica
A tristeza da família se transforma em um clamor por justiça. Com a determinação de esclarecer as circunstâncias da morte de Wildson, eles não apenas exigem respostas das autoridades, mas também pedem que a clínica seja responsabilizada por sua atuação. “Queremos uma punição para os responsáveis, porque o que aconteceu com meu irmão não pode ficar impune. Essa clínica precisa ser investigada com seriedade”, afirmou Daiara.
A Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto destacou que a clínica possui licença para operar, mas reiterou que investigações estão em andamento com as autoridades locais, para avaliar a situação da instituição. A preocupação com a qualidade dos serviços prestados em clínicas de reabilitação é uma questão importante, já que muitos jovens como Wildson necessitam de cuidados adequados em suas jornadas de recuperação.
O papel das clínicas de reabilitação
Este incidente levanta um debate crucial sobre a segurança e a responsabilidade das clínicas de reabilitação no Brasil. Muitas famílias optam por internar seus entes queridos em busca da recuperação, mas casos como o de Wildson mostram que é essencial garantir mais supervisão, transparência e responsabilidade nessas instituições. A tragédia não apenas impacta a família de Wildson, mas também a comunidade, que exige mudanças e proteção para aqueles que lutam contra a dependência química.
Enquanto a investigação avança, a espera por justiça continua. A história de Wildson Cardoso Felipini não deve ser apenas mais um número ou uma estatística, mas um lembrete da importância da segurança e do cuidado na recuperação de indivíduos em situação vulnerável.
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