No encerramento do Ano Santo de 2025, a Praça São Pedro recebeu uma audiência cheia de simbolismo e esperança, reunindo jovens da Terra Santa e trabalhadores italianos. Esse encontro, mediado pelo Papa Leão XIV, destaca a resiliência das comunidades que enfrentam conflitos e desafios sociais.
A visita dos jovens da Terra Santa
Na manhã de 31 de dezembro, a Praça São Pedro foi tomada por um sentimento de esperança, quando cerca de trinta jovens palestinos participaram da Audiência Geral. Entre eles estavam Marita, de Jerusalém, e George, de Zababdeh, que pela primeira vez saíam da Cisjordânia. Acompanhados por representantes religiosos e sociais, eles puderam compartilhar suas aspirações e desafios com o Papa. Essa iniciativa foi promovida pelo jesuíta Massimo Nevola, assistente espiritual das Comunidades de Vida Cristã (CVX) na Itália, que viabilizou a vinda dos jovens a Roma durante as festividades natalinas.
Além de Marita e George, a delegação inclui estudantes de diversas áreas e um operário, Charlie, um líder do grupo. Há poucos dias, eles foram recebidos pelo Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, e realizaram uma peregrinação por importantes locais históricos e religiosos de Roma. O objetivo dessa visita era confiar suas esperanças a Leão XIV, buscando um apoio espiritual e emocional em tempos difíceis.
Uma luz de esperança e convivência
Durante a audiência, Leão XIV ressaltou a importância da colaboração entre diferentes crenças e culturas na Terra Santa. “Na Terra de Jesus, trabalhamos juntos pela causa da educação para a paz”, afirmou o padre Elias Tabban, enfatizando que, apesar das diferenças religiosas, todos almejam a convivência pacífica. A presença de três muçulmanos no grupo demonstra esse esforço de união e reconciliação, que é tão necessário na atualidade.
Os jovens participantes observaram que se sentiram acolhidos nas comunidades paroquiais que frequentam, o que os incentivou a permanecer em suas casas e lutar contra a tendência de emigração que muitos de seus conhecidos escolheram. “Esses jovens são a luz que permanece acesa, uma mensagem de esperança para a minoria cristã”, destacou André Haddad, um dos leigos acompanhando o grupo.
Retomada dos trabalhadores da GKN
Simultaneamente, outro grupo de pessoas fez-se presente na audiência: os trabalhadores da antiga fábrica da GKN, localizada em Campi Bisenzio. Cerca de vinte deles, acompanhados de suas famílias e do arcebispo de Florença, Gherardo Gambelli, compareceram ao evento, buscando apoio em sua luta por justiça após demissões consideradas injustas e desumanas.
O arcebispo Gambelli comentou sobre a experiência dolorosa de ser afastado de um emprego após anos de trabalho, e reforçou a necessidade de dignidade e justiça no ambiente de trabalho. “Fomos demitidos por e-mail, tratados sem justiça nem dignidade”, compartilharam alguns trabalhadores, ressaltando os desafios enfrentados em suas mobilizações e lutas.
Corrida espiritual e os ensinamentos da Igreja
Os temas abordados na audiência se baseiam na Doutrina Social da Igreja, conforme explicou o padre Paweł Prüfer, que também se dedicou a um projeto esportivo e espiritual, participando de uma corrida significativa que conclui um ciclo jubilar. A conexão entre esportes e espiritualidade foi ressaltada por ele como uma forma de perseverança e superação de desafios em prol do bem comum.
A presença de Santa Teresa
Por último, a presença das relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus na Praça São Pedro durante a audiência simboliza uma profunda conexão espiritual. “Elas estiveram expostas para veneração dos fiéis durante todo o Ano Jubilar, e sua presença aqui é um sinal de esperança e continuidade da fé”, comentou o padre Emmanuel Schwab, reitor do santuário dedicado à santa.
Essa audiência, que uniu jovens da Terra Santa, trabalhadores em luta e ensinamentos espirituais, serve como um poderoso lembrete da importância da solidariedade, esperança e busca por justiça em um mundo que ainda enfrenta muitos desafios.
