Brasil, 31 de dezembro de 2025
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Investigações sobre desvios e fraudes atingem 21 parlamentares

Nos últimos meses, o clima entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) tem se tornado cada vez mais tenso, fruto de investigações que apontam suspeitas de desvios em verbas de gabinete, fraudes em emendas parlamentares e irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Um levantamento realizado pelo jornal O GLOBO revelou que pelo menos 21 deputados e senadores estão envolvidos em apurações conduzidas pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Esses números podem ser ainda maiores, uma vez que alguns casos permanecem sob sigilo.

Operações em andamento e parlamentares alvo

Recentemente, operações que investigam corrupção na política brasileira ganharam destaque, especialmente com mandados de busca e apreensão sendo cumpridos em endereços ligados a parlamentares do PL, como o líder da sigla na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e Carlos Jordy (PL-RJ). Durante uma das buscas na residência de Cavalcante, foram encontrados R$ 430 mil em dinheiro vivo, valor que o deputado justificou como resultado da venda de um imóvel. Ele afirmou que o montante não foi depositado devido à agitação do dia a dia.

As suspeitas levam muitos líderes da Câmara a expressar preocupação com possíveis motivações políticas por trás das investigações, temendo que essas operações se intensifiquem em um ano eleitoral, como será 2026.

Desvios de verbas e ligações suspeitas

As investigações atualmente em curso apontam para um esquema de desvio de verbas de gabinete através de contratos de locação de veículos, ambos negados pelos parlamentares envolvidos. O relator do caso no STF, Flávio Dino, autorizou a quebra de sigilos bancários e telemáticos dos congressistas, permitindo acesso a movimentações financeiras e comunicações.

A turbulência não se limita apenas ao PL; outros políticos ligados ao bolsonarismo estão enfrentando investigações. Caso emblemático é o do deputado Alexandre Ramagem, que fugiu para os Estados Unidos após ser condenado a 16 anos de prisão na trama golpista e do deputado Eduardo Bolsonaro, que se tornou réu por coação à Justiça. Além disso, a deputada Carla Zambelli, atualmente presa na Itália, teve a perda de seu mandato determinada pelo STF.

Impacto nas investigações sobre emendas parlamentares

As apurações não param por aí. Elas também se estendem às emendas parlamentares, com a Polícia Federal realizando um trabalho de investigação centralizado em Mariângela Fialek, também conhecida como Tuca, ex-assessora do presidente da Câmara, Arthur Lira, que pode ter operado a distribuição de verbas de forma irregular. Depoimentos de parlamentares indicam que ela tinha controle sobre recursos bilionários, o que reforça as suspeitas de atitudes inadequadas neste setor.

Após o aprofundamento nas investigações, o presidente da Câmara, Hugo Motta, manifestou insatisfação com a falta de transparência nos inquéritos e afirmou a necessidade de separar o que deve ser apurado de um possível exagero por parte do STF. A atuação da Polícia Federal e a busca por uma resposta efetiva em relação às apurações também foram discutidas com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que defendeu que a atividade política não deve ser criminalizada, desde que as ações não contemplem desvios de verba.

Movimentos no Congresso e possíveis mudanças legislativas

Diante deste cenário conturbado, alguns parlamentares começaram a discutir possíveis mudanças na legislação para restringir as decisões monocráticas dos ministros do STF. O deputado Cláudio Cajado (PP-BA), que foi relator da PEC da Blindagem, propôs que o Congresso tenha coragem de modificar leis para reduzir a subjetividade nas medidas cautelares dadas pelo Judiciário. Essa posição é compartilhada por outros parlamentares, como o deputado Evair de Melo (PP-ES), que criticou a falta de fundamentação nas decisões judiciais que afetam os políticos.

O próximo ano promete ser turbulento, com um provável julgamento acerca da obrigatoriedade do pagamento das emendas que deve alimentar novos atritos entre o Legislativo e o Judiciário. A tensão entre essas instituições se intensifica, refletindo um panorama de desconfiança e investigações que podem mudar o curso político brasileiro. Com 21 parlamentares sob investigação, o futuro da política no país se desenha incerto.

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