Brasil, 31 de dezembro de 2025
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Interrogatório de banqueiro levanta questões sobre liquidação do banco Master

O caso do banco Master e a recente liquidação decretada pelo Banco Central do Brasil (BC) ganharam novos desdobramentos com o depoimento de Daniel Vorcaro, o dono da instituição. Durante uma acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), Vorcaro comentou detalhadamente sobre a situação da sua empresa e as alegações de fraudes que motivaram a investigação da Polícia Federal (PF). Seu interrogatório, que durou cerca de duas horas e meia, trouxe à tona questões envolvendo a saúde financeira do banco e sua relação com o BRB.

A defesa de Vorcaro e os argumentos apresentados

No seu depoimento, Vorcaro afirmou que o banco sempre foi “solvente” até a sua prisão em 17 de novembro, um dia antes da decisão do BC pela liquidação. Segundo ele, não havia compromissos pendentes no banco e a venda para um grupo de investidores liderado pelo Grupo Fictor havia sido formalmente comunicada ao BC como uma solução de mercado. “Todos que quiseram retirar seus investimentos no banco receberam”, declarou o banqueiro, enfatizando que, ao longo do ano, os clientes saíram com um total de R$ 10 bilhões.

Os principais pontos da investigação da PF

A investigação da Polícia Federal está centrada na suspeita de que o banco Master teria vendido carteiras de crédito falsas ao Banco de Brasília (BRB), em uma tentativa de evitar problemas com a fiscalização do Banco Central. Documentos reunidos pela PF identificaram inconsistências nas operações financeiras do banco. Vorcaro, entretanto, negou as alegações e afirmou que não houve prejuízo ao BRB, destacando que o Master substituiu as carteiras contestadas por novos ativos, auditados e com deságio de 30%.

No momento de sua prisão, Vorcaro estava prestes a embarcar para os Emirados Árabes Unidos, onde disse que iria concluir a venda do banco. De acordo com ele, a instituição era rigorosamente fiscalizada pelo BC e recebeu um aporte de R$ 6 bilhões de sua parte pessoal para apoiar a saúde financeira do banco.

Acareação e depoimentos de outros envolvidos

A fase atual da investigação envolveu a acareação entre Vorcaro e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, além de Ailton de Aquino Santos, diretor de fiscalização do BC. A defesa de Vorcaro destacou a falta de contradições entre os relatos dele e o de Costa, embora tenha admitido que existiram divergências nas interpretações dos fatos. A defesa afirma que essa fase do processo foi uma grande oportunidade para esclarecer a verdade e reforçar que não houve fraude.

A pressão sobre a atuação do Banco Central

Vorcaro criticou a atuação do Banco Central, alegando que a decisão de liquidação do banco foi abrupta e surpreendente, e que ocorreu sem a devida análise da situação financeira estável do banco até aquele momento. Ele fez declarações sobre a necessidade de proteção política e suas conexões em Brasília, insinuando que a pressão externa pode ter influenciado as decisões tomadas pelas autoridades financeiras.

A investigação também levantou questões sobre a falta de comunicação clara entre o Banco Central e os investigados, o que gerou um clima tenso durante os interrogatórios. Fontes presentes relataram que o ambiente era “terrível” durante as escutações e que houve um embate entre a delegada da PF responsável pelo caso e o juiz auxiliar do STF que estava supervisionando o procedimento.

Próximos passos no caso

Enquanto o processo avança, a expectativa é que novos testemunhos e documentos possam ser analisados, trazendo mais clareza sobre as alegações de irregularidades no banco Master. Tanto a sua defesa quanto as instituições envolvidas buscam elucidar um caso que tem repercutido nas altas esferas do setor financeiro brasileiro.

A sociedade aguarda ansiosa por decisões futuras que possam esclarecer a veracidade das alegações e o impacto que a liquidação do banco pode ter em investidores, clientes e no mercado financeiro como um todo. O desfecho deste caso irá, sem dúvida, reverberar além das paredes do STF e do Banco Central.

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