Brasil, 31 de dezembro de 2025
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Corrida de São Silvestre celebra 100ª edição com recorde de participantes

A Corrida Internacional de São Silvestre, uma das mais tradicionais provas de rua da América Latina, está prestes a realizar sua 100ª edição. O evento, que terá lugar no último dia do ano, promete atrair um número recorde de 55 mil participantes, superando o recorde anterior de 37 mil corredors em 2024. A corrida, que simboliza a união de amadores e profissionais, brasileiros e estrangeiros, percorre os 15 km pelas ruas vibrantes da cidade de São Paulo.

A origem da corrida e seu crescimento ao longo dos anos

A primeira edição da São Silvestre, realizada em 1925, contou com apenas 60 corredores. Desde então, a corrida passou por inúmeras transformações e cresceu de maneira exponencial. O idealizador da prova, o jornalista Cásper Líbero, trouxe a inspiração de uma corrida noturna francesa, onde os participantes carregavam tochas ao longo do percurso. Essa característica se manteve até 1988, quando a prova foi transferida para o período da tarde e, em 2012, para a manhã.

“A corrida só cresceu desde quando foi criada. Ela começou de modo popular e, com o tempo, foi atraindo corredores de elite, mesclando o participante anônimo ao corredor de ponta. Todos no mesmo trajeto, dividindo o mesmo pódio”, afirma Erick Castelhero, diretor executivo da São Silvestre.

Histórias que marcam a tradição da Corrida de São Silvestre

Com a aproximação da edição comemorativa, histórias de participantes que se entrelaçam à tradição da prova surgem. Um exemplo é a família Oliveira, representada por Wanderlei, de 66 anos, técnico de atletismo que se tornou comentarista da prova e participou dela nos anos 90. Sua paixão pela corrida começou com seu pai, que o levou para ver a São Silvestre quando ele ainda era uma criança.

“Aos dez anos, lembro que assisti meu pai correr. Ele sempre participou e essa foi a primeira vez que eu o vi ao vivo”, conta Wanderlei, que agora também incentiva a nova geração a se envolver no atletismo.

Sua filha, Gisele, de 46 anos, encontrou na corrida uma forma de trabalhar e se expressar. “Este é o meu sexto ano correndo a São Silvestre. A corrida virou meu ganha-pão e quero incentivar mais mulheres a praticarem esportes”, diz Gisele, que já cobriu a prova para suas redes sociais.

A inclusão na corrida ao longo das décadas

A São Silvestre, ao longo de sua história, passou por transformações significativas. Inicialmente, a competição era restrita a homens brasileiros ou residentes no país. Isso mudou em 1945, quando a prova foi aberta a atletas internacionais, permitindo que corredores como o queniano Paul Tergat, recordista de vitórias, se destacassem.

Em 1997, Émerson Iser Bem, um brasileiro, fez história ao vencer o adorável queniano. “Mentalizei que eu era o Brasil. A torcida me deu uma força sobrenatural para vencer”, lembra Émerson, agora com 52 anos.

A presença feminina na São Silvestre começou apenas em 1975, quando apenas 17 atletas se inscreveram, e a vencedora foi uma alemã. Com o tempo, a participação feminina aumentou significativamente, e na edição deste ano, cerca de 25.861 corredoras estão confirmadas, representando cerca de 47% do total de inscritos.

Foco na superação e no incentivo à prática esportiva

Um exemplo inspirador é Therezinha Nazario Martucci, de 89 anos, que, mesmo aposentada, se prepara sozinha para a prova e chega a percorrer 64 km em cinco dias de treinamento. “Tenho muita coragem. Estou tranquila para correr a prova. Sempre que corro a São Silvestre sinto uma força enorme e muita energia”, afirma a corredora.

Moradora de Jaboticabal, interior de São Paulo, Therezinha começou a correr aos 53 anos, adaptando sua rotina para se manter ativa. “Comecei a correr na ida e volta para o trabalho. Fui pegando o jeito assim”, recorda.

A história da prova e seu significado

Ao longo dos anos, a São Silvestre resistiu a diversas crises históricas, como a Revolução Constitucionalista de 1932 e a Segunda Guerra, mas não aconteceu apenas uma vez, em 2020, devido à pandemia de Covid-19.

Gabriel Abdala, historiador de 55 anos que coleciona medalhas da prova e participará de sua sexta edição, traduziu sua admiração pela corrida a partir da história de seu avô, que participou da edição de 1932 enquanto combatia na Revolução. “Quero completar a coleção”, diz ele, que planeja publicar um livro sobre a história da corrida.

Com a celebração de sua 100ª edição, a Corrida de São Silvestre se reafirma não apenas como um evento esportivo, mas como um símbolo de superação, comunidade e tradição no Brasil, unindo gerações e inspirando atletas de todos os níveis.

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