Brasil, 30 de dezembro de 2025
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Vereador comete gafe e chama político falecido para homenagem

O vereador Luisinho do Espigão (PSDB-RS) gerou alvoroço na Câmara Municipal de Viamão, localizada na Região Metropolitana de Porto Alegre, ao convidar o ex-governador Leonel de Moura Brizola para uma homenagem que ocorreu durante a 82ª sessão da Casa, em 18 de dezembro. O grande inconveniente foi que Brizola faleceu em 2004, ou seja, há mais de 20 anos, o que deixou os presentes perplexos.

O momento da gafe na câmara

Durante a sessão, Luisinho do Espigão, que presidia o encontro, estava anunciando uma moção em homenagem à Escola Técnica de Agricultura (ETA) Leonel de Moura Brizola, em comemoração aos 115 anos da instituição. Ao mencionar a escola, o vereador confundiu-se e pediu para que outro vereador recepcionasse Brizola como se ele estivesse vivo e presente.

“Peço ao vereador Jonas que possa receber o senhor Leonel”, convocou Luisinho. Após alguns segundos de silêncio, ele insistiu: “Senhor Leonel de Moura Brizola se encontra na Casa? Convido o senhor a participar da mesa.”

A situação constrangedora prosseguiu quando o vereador Jonas Rodrigues (PL-RS) recebeu um representante da ETA e o conduziu até a Mesa Diretora, enquanto o autor da homenagem, vereador Marco Borrega (PDT-RS), preparava-se para discorrer sobre a contribuição de Brizola.

Justificativa do vereador

Após a repercussão do incidente, Luizinho do Espigão enviou uma nota ao Metrópoles, justificando a confusão de forma formal. Ele explicou que a sessão foi presidencial em um momento excepcional, devido à interinidade do então presidente da Câmara, Rodrigo Pox (Podemos-RS), que assumiu a Prefeitura de Viamão com a determinação da Justiça.

“Diante disso, assumi a presidência desta Casa Legislativa naquele momento. Devido ao caráter excepcicional da sessão e ao número considerável de homenagens, acabei mencionando, por um erro protocolar, apenas o nome do saudoso líder trabalhista, quando o correto seria chamar o representante da instituição de ensino homenageada”, esclareceu.

Ele ainda enfatizou que “[todos sabemos quem foi Leonel de Moura Brizola e reconhecemos sua inestimável contribuição à política do Rio Grande do Sul e do Brasil, líder histórico que nos deixou em 2004].”

Quem foi Leonel de Moura Brizola?

Leonel de Moura Brizola, nascido em Carazinho, no Norte do Rio Grande do Sul, destacou-se como um dos principais líderes do trabalhismo no Brasil. Vindo de uma família de agricultores e tendo perdido o pai ainda bebê, sua infância foi marcada por dificuldades. Brizola foi alfabetizado pela mãe e pareceu se destacar politicamente desde cedo.

Brizola entrou para a política ao ser eleito deputado estadual em 1946 e, depois, deputado federal em 1954. Ganhou notoriedade nacional ao liderar, em 1961, a Campanha da Legalidade, defendendo a posse de João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros. Após ser cassado pela ditadura militar em 1964, ele passou um tempo em exílio, retornando à vida política com a redemocratização.

Ele governou tanto o Rio Grande do Sul quanto o Rio de Janeiro, tornando-se o único político a ser eleito para administrar dois estados diferentes. No Rio, destacou-se pela implementação dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), carinhosamente conhecidos como “Brizolões”, enquanto promovia uma agenda de educação integral.

Brizola ainda concorreu à Presidência da República em 1989 e 1994 e foi candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1998. Faleceu em 21 de junho de 2004, aos 82 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de insuficiência pulmonar e infarto. Seu legado é lembrado com carinho, tendo sido velado em Porto Alegre e no Rio, sendo sepultado em São Borja, ao lado de figuras importantes como Getúlio Vargas e João Goulart.

É inegável a marca que Leonel Brizola deixou na história política brasileira, e a confusão do vereador, apesar de constrangedora, reacendeu o debate sobre a importância de sua trajetória.

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