Brasil, 30 de dezembro de 2025
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Milei incentiva argentinos a movimentar dinheiro guardado em contas CERA

O presidente argentino Javier Milei anunciou nesta semana o fim das restrições às contas CERA, um movimento que pode transformar hábitos de poupança e confiança no sistema financeiro local. A medida busca incentivar a entrada de recursos não declarados na economia argentina, após uma ampla adesão à anistia fiscal que permitiu declarar mais de US$ 20 bilhões.

Fim do bloqueio às contas CERA e impacto na confiança

Com a liberação das contas CERA, milhões de argentinos poderão movimentar seus recursos, que estavam retidos devido às crises financeiras passadas, especialmente após o colapso de 2001. Segundo o Banco Central argentino, os depósitos em dólares do setor privado subiram para US$ 36 bilhões, o maior valor desde o início de 2002. Essa situação reflete um aumento na confiança no governo de Milei, após a vitória nas eleições legislativas e apoio no Congresso para aprovar um novo orçamento.

Repercussões na economia informal

Apesar do avanço, especialistas destacam que ainda há um caminho a percorrer para modificar de forma duradoura a cultura do “dinheiro debaixo do colchão”. Sebastián Domínguez, CEO da consultoria tributária SDC, afirmou: “Mudar a cultura do ‘dinheiro debaixo do colchão’ na Argentina levará anos”. Ele destaca que, embora tenha ocorrido uma mudança, a tradição de manter recursos fora do sistema bancário ainda é forte. “É preciso eleição após eleição para se manter nesse caminho.”

Riscos de saída de capitais e desafios futuros

Segundo analistas, ao suspender o bloqueio, há uma “possibilidade significativa” de famílias e empresas transferirem recursos ao exterior, fugindo do cenário de insegurança. Walter Stoeppelwerth, diretor de investimentos da corretora local Grit Capital Group, afirmou: “A confiança está aumentando, mas a escolha padrão para argentinos com alto patrimônio líquido continua sendo manter suas economias em dólares no exterior”.

Atualmente, cerca de US$ 24,5 bilhões permanecem bloqueados no sistema, valor que poderia ser sacado a partir de janeiro, conforme a autoridade tributária do país. O volume representa uma fração dos aproximadamente US$ 204 bilhões em dinheiro vivo que os argentinos mantêm fora do sistema bancário, de acordo com dados do Banco Central do ano passado.

Desafios internos e o futuro da confiança

O segmento financeiro ainda enfrenta desafios, especialmente em relação à confiança na estabilidade do peso e às políticas econômicas de longo prazo. Apesar das melhorias e das expectativas de que a suspensão do bloqueio será um “teste importante”, há cautela quanto ao comportamento das famílias e empresas ao transferir capital ao exterior após o fim das restrições. O governo permanece sob observação para garantir que essas mudanças se traduzam em uma recuperação sustentável.

Para mais informações, acesse o artigo completo no Globo.

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