Na última terça-feira (30), o publicitário Paulo Henrique Siqueira pediu exoneração do cargo de secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Guarujá, no litoral de São Paulo, após ser acusado de assédio sexual por uma funcionária. A portaria que formaliza sua saída foi assinada pelo prefeito Farid Madi (Pode) e publicada no Diário Oficial da Cidade. Siqueira nega as acusações e afirma que são falsas.
Acusações e denúncia formal
A denúnciadora, que criou um registro formal à Ouvidoria Municipal no dia 19 de dezembro, relatou que a situação de assédio ocorreu em um ambiente profissional com o ex-secretário. Segundo informações da servidora, Siqueira teria feito comentários inapropriados sobre seu corpo e aparência, além de exigir cumprimentos com beijo e tentativas de aproximações forçadas.
Em sua denúncia, a funcionária destacou que, após um mês de trabalho direto com Siqueira, ele começou a manifestar comportamentos inadequados. O caso mais grave teria ocorrido no dia 15 de dezembro, quando, ao final do expediente, ele insistiu que ela girasse o corpo para que ele pudesse avaliá-la, o que a deixou emocionalmente abalada.
Perfil da servidora e reações da Prefeitura
A servidora, que trabalhou na secretaria desde março, relatou que inicialmente se sentiu à vontade e confiou em Siqueira, mas a situação mudou rapidamente. Após ir ao Ouvidoria e registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil, ela também compartilhou que já tinha ouvido rumores sobre o histórico de assédio do secretário. A Prefeitura, por sua vez, declarou que imediatamente iniciou um processo administrativo para investigar as alegações, garantindo que a medida visa preservar a integridade de todos os envolvidos.
Resposta do ex-secretário e medidas administrativas
Paulo Siqueira, por sua vez, afirma que as alegações são infundadas. Ele diz que a denunciante era sua “secretária particular” e que seus comportamentos nos cumprimentos eram normais. Ele também registrou uma ocorrência por calúnia e se manifestou sobre sua saída, citando que a exoneração era uma “medida cautelar” e não uma punição. “Estou aqui para defender a imagem do governo, mas também preciso cuidar da minha”, disse Siqueira.
Com a exoneração, a jornalista Marina Cavalcante assumirá interinamente a secretaria, enquanto a servidora que fez a denúncia foi transferida para outro setor da administração.
Próximos passos e repercussão
A sindicância para investigar o caso está prevista para ocorrer em janeiro. Siqueira se disse disposto a provar sua inocência e afirmou que há testemunhas que podem corroborar com sua versão dos fatos. A situação levantou debates sobre assédio no ambiente de trabalho e repercutiu nas redes sociais.
Contexto da gestão de Paulo Siqueira
Paulo Henrique Siqueira, de 51 anos, possui um histórico de atuação na administração pública, tendo ocupado cargos em diversas secretarias no município de Peruíbe. Ele foi secretário adjunto de Comunicação e, em junho, tornou-se o titular da pasta em Guarujá. Agora, ele enfrenta graves acusações que podem impactar sua carreira e sua vida pessoal.
Essa situação destaca a importância de ambientes de trabalho seguros e respeitosos, evidenciando que denúncias de assédio devem ser tratadas com seriedade, assegurando que todos os envolvidos tenham a oportunidade de se pronunciar e que a verdade prevaleça nas investigações.
O caso levanta uma questão crítica sobre a cultura do silêncio em torno do assédio sexual e a necessidade de mudanças para garantir um ambiente de trabalho seguro para todos, especialmente mulheres.
Por fim, este acontecimento se torna um alerta para outras instituições sobre a importância da prevenção e do combate ao assédio, visando a construção de ambientes de trabalho mais respeitosos e justos.


