Brasil, 30 de dezembro de 2025
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Correios recebem R$ 10 bilhões em empréstimo para reequilibrar finanças

Os Correios receberam oficialmente nesta terça-feira (30) um empréstimo de R$ 10 bilhões, via garantia do governo federal, para ajudar na recuperação financeira da estatal, conforme divulgado pelo G1 com exclusividade. O crédito faz parte de um pacote de R$ 12 bilhões destinados à reestruturação da empresa, cujo contrato de garantia foi publicado pelo Ministério da Fazenda.

Empréstimo e garantias do governo federal

A assinatura do contrato de empréstimo foi publicada no sábado (27) no Diário Oficial da União, envolvendo um consórcio formado pelos bancos Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O acordo tem validade até 2040 e contou com a garantia da União, autorizada pelo Tesouro Nacional em 18 de dezembro, o que diminui o risco para as instituições financeiras.

De acordo com o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, o Banco do Brasil, Caixa e Bradesco irão aportar R$ 3 bilhões cada, enquanto Itaú e Santander contribuirão com R$ 1,5 bilhão cada. O financiamento tem uma taxa de juros de 115% do CDI, abaixo do teto de 120% estabelecido pelo Tesouro.

Pagamento de salários e perspectivas de novos empréstimos

Com o aporte de recursos, a estatal efetuou o pagamento do salário de dezembro de seus cerca de 130 mil funcionários, totalizando aproximadamente R$ 300 milhões. Além disso, o presidente dos Correios não descartou a possibilidade de captar mais R$ 8 bilhões por meio de novos empréstimos ou aportes públicos do Tesouro Nacional, já que a empresa busca ampliar sua liquidez para implementar o plano de reestruturação.

Plano de reestruturação e cortes de custos

O plano de reestruturação prevê cortes de R$ 2 bilhões em gastos com pessoal, venda de imóveis não operacionais e fechamento de mil agências – atualmente, são cerca de 5 mil unidades. Além disso, será adotado um programa de demissão voluntária para reduzir em 15 mil o número total de empregados em até dois anos, cortando 18% da folha salarial.

Segundo Rondon, o modelo econômico-financeiro atual dos Correios deixou de ser viável, considerando os 12 trimestres consecutivos de prejuízo. Em 2025, o prejuízo acumulado até setembro atingiu R$ 4,3 bilhões, ampliando a perda registrada em 2024, de R$ 1,3 bilhão no mesmo período.

Medidas para equilíbrio operacional e crescimento de receitas

Para equilibrar as contas, os Correios pretendem reduzir custos em R$ 2,1 bilhões com pessoal, vender R$ 1,5 bilhão em imóveis não essenciais, acabar com mil pontos de venda deficitários e reformular o plano de saúde, com objetivo de diminuir despesas anuais de R$ 500 milhões.

Além das medidas de corte, há esforços para ampliar receitas, buscando alcançar R$ 21 bilhões em 2027. Em 2024, os Correios tiveram receita de R$ 18,9 bilhões, uma queda em relação aos R$ 19,2 bilhões de 2023 e R$ 19,8 bilhões de 2022. Dados até setembro indicam uma redução de quase R$ 2 bilhões na receita deste ano, impactada por mudanças na legislação de importação e na concorrência do mercado de encomendas.

Desafios do mercado e futuro estratégico

O presidente dos Correios destacou que a perda de espaço no mercado de encomendas – de 51% em 2019 para 22% atualmente – compromete a sustentabilidade da estatal. A diversificação de estratégias e a modernização da infraestrutura devem fazer parte de investimentos futuros de R$ 4,4 bilhões entre 2027 e 2030, captados junto ao Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, presidido por Dilma Rousseff.

Com os ajustes, a expectativa é que a estatal consiga voltar ao lucro a partir de 2027, após estabilizar suas contas e reduzir perdas consecutivas. O plano de reestruturação visa transformar os Correios em uma empresa mais eficiente, competitiva e alinhada às novas dinâmicas do mercado de logística e serviços postais.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no G1.

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