Brasil, 30 de dezembro de 2025
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Bolsa e dólar encerram 2025 com recordes e maior desvalorização desde 2016

O mercado financeiro brasileiro fechou 2025 com destaque para a valorização do Ibovespa, que atingiu 34% de alta, e a desvalorização do dólar, que caiu 11%. O ano marcou a maior alta da Bolsa e a maior queda da moeda americana desde 2016, sinalizando uma trajetória de recuperação econômica e maior atratividade para os investidores internacionais.

Perspectiva de melhora no cenário econômico e impacto nos mercados

O início de 2025 foi marcado por receios relacionados ao controle dos gastos públicos no Brasil e às apostas de fortalecimento do dólar sob o governo de Donald Trump. Em janeiro, o país vivia um ciclo de alta na Taxa Selic, dólar acima de R$6 e Ibovespa aos 120 mil pontos. Contudo, ao longo do ano, esse panorama começou a se transformar, impulsionado por fatores externos e internos.

Influência de políticas internacionais e a queda do dólar

A política econômica de Trump, especialmente o tarifaço de abril contra produtos importados, ocasionou uma desvalorização global do dólar. O avanço do Federal Reserve no corte de juros a partir de setembro também contribuiu para o deslocamento de investimentos, promovendo maior disposição dos investidores por ativos de renda variável no Brasil.

Segundo Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, a retração das aplicações no dólar foi impulsionada pelo fluxo de recursos vindo de investidores estrangeiros, que passaram a buscar mercados emergentes. “A realocação das carteiras dos EUA trouxe um fluxo grande para emergentes e o Brasil se tornou uma opção preferencial”, explica.

Valorização do Ibovespa e fatores internos

O índice brasileiro apresentou uma alta de 33,95% em 2025, atingindo 161.125 pontos ao final do ano, sua maior máxima histórica nominal. Essa valorização foi influenciada pelo retorno do mercado após uma queda de 10% em 2024, além de preços descontados nas ações e uma perspectiva de redução na taxa de juros brasileira para março de 2026.

De acordo com Gilberto Nagai, superintendente de renda variável da SulAmérica Investimentos, o bom desempenho do Ibovespa se deve também ao cenário de valuation barato, além de compras internacionais motivadas pelo aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, incentivando operações de carry trade.

Indicadores e comparação internacional

Em dólares, o índice brasileiro subiu 51,5%, alinhando-se ao desempenho de outras bolsas emergentes, como a mexicana (51%) e a colombiana (74%). A bolsa sul-coreana Kospi avançou 79% no mesmo período, demonstrando o movimento global de valorização de mercados considerados mais atrativos por causa dos preços descontados.

Professor Luciano Telo, do UBS Brasil, projeta continuidade na valorização do índice até o primeiro semestre de 2026, antes de a volatilidade aumentar com as eleições presidenciais. Ele aconselha os investidores a manterem posições de longo prazo, mesmo diante de oscilações previstas.

Perspectivas futuras e cuidados dos investidores

Apesar das perspectivas otimistas, especialistas indicam que os investidores devem focar em estratégias de longo prazo, já que a atenção estará voltada às eleições, culminando em maior volatilidade. “Ter uma posição de Bolsa suficiente para suportar momentos de oscilação é fundamental”, recomenda Nagai.

Para Telo, o cenário externo ainda favorece o Brasil, com investidores internacionais buscando diversificação, beneficiando o mercado local enquanto a confiança na economia dos EUA permanece moderada. “Vamos nos beneficiar dessa tendência, mas atentos ao cenário político que se desenha para 2026”, completa.

Saiba mais em: Fonte.

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