Brasil, 30 de dezembro de 2025
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Antigo prédio do DOPS no Rio é tombado pelo Iphan

Na última segunda-feira, 29 de janeiro, o Ministério da Cultura homologou o tombamento definitivo do antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), localizado no coração do Rio de Janeiro. Essa decisão, que vem após a aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) há um mês, visa proteger um edifício carregado de memórias e significados de um período conturbado da história brasileira.

A importância histórica do DOPS

Inaugurado em 1910 e projetado pelo arquiteto Heitor de Mello, o prédio foi originalmente concebido para funcionar como a repartição central da polícia no Rio. Entretanto, entre 1962 e 1975, tornou-se notório por abrigar o DOPS, uma instituição marcada por práticas de repressão, tortura e violação dos direitos humanos durante a ditadura militar.

Leandro Grass, presidente do Iphan, ressaltou a relevância do tombamento ao afirmar que este ato “homenageia aqueles que foram torturados, perseguidos, mortos ou desaparecidos por lutarem pela liberdade”. Segundo Grass, ao tornar o local patrimônio, contribui-se para que as gerações atuais e futuras não esqueçam os erros do passado.

Traços de uma arquitetura marcante

O prédio, que possui três pavimentos e um pátio interno, se destaca por sua arquitetura eclética que remete à influência francesa. Com fachadas simétricas, ornamentações detalhadas, vitrais e uma imponente cúpula na esquina, é reconhecido como um dos principais exemplos da Belle Époque no Brasil, além de ser um marco na modernização da cidade durante o início do século 20.

Preservação e novos rumos para o espaço

Com o tombamento, o Iphan se compromete a proteger a integridade histórica e cultural do edifício, assegurando que suas características originais sejam mantidas e que não ocorram alterações sem a devida autorização. O Ministério Público Federal (MPF) e o Movimento Tortura Nunca Mais expressam o desejo de que o prédio seja transformado em um centro de memória e direitos humanos, promovendo o resgate da história de resistência e luta pela liberdade no Brasil.

A Secretaria de Patrimônio da União está acompanhando as vistorias realizadas pelo Ministério da Cultura para definir o melhor modelo de destinação do espaço. A Secretaria de Estado de Polícia Civil, por sua vez, tem colaborado na preservação do acervo que ainda permanece no local, que foi desocupado em 2011 devido a riscos de desabamento causados por danos estruturais em imóveis vizinhos.

A importância da memória coletiva

A decisão de tombar o prédio do DOPS não é apenas uma questão de preservar a estrutura física, mas também de valorizar a memória coletiva de um país que ainda lida com as consequências de seu passado autoritário. A preocupação atual é garantir que lugares como esse se tornem espaços de reflexão, educação e conscientização sobre a importância dos direitos humanos e da democracia.

Assim, o tombamento do edifício coloca o Rio de Janeiro em um novo patamar de reconhecimento histórico, onde não apenas as belezas arquitetônicas são celebradas, mas também a justiça social e a memória dos que lutaram contra a opressão. Com as devidas ações, espera-se que o antigo prédio do DOPS sirva como um farol de esperança e um lembrete permanente da importância da liberdade.

Por meio dessa iniciativa, o Brasil avança em seu compromisso de não esquecer e de nunca mais permitir que a história se repita, enfatizando a importância de lembrar aqueles que viajaram por um caminho doloroso em busca de justiça e paz.

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