Brasil, 29 de dezembro de 2025
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Tenente-coronel se entrega à Polícia Federal após condenação

No último domingo, o tenente-coronel do Exército Guilherme Marques Almeida se entregou à Polícia Federal (PF) após o Supremo Tribunal Federal (STF) decretar sua prisão domiciliar. Almeida é um dos condenados na investigação sobre uma tentativa de golpe, que resultou em dez mandados de prisão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes na semana anterior. A entrega de Almeida marca um passo significativo na busca por responsabilização dos envolvidos nessa trama golpista.

Participação na trama golpista e condenação

O tenente-coronel Almeida foi condenado em outubro pela Primeira Turma do STF a uma pena de 13 anos e seis meses de prisão. Os ministros consideraram que ele estava ligado a um grupo chamado “núcleo quatro”, que se dedicou a espalhar desinformação sobre as urnas eletrônicas durante as eleições. A condenação do tenente-coronel ilustra a gravidade das ações realizadas por este núcleo específico da trama golpista, que gerou um clima de incerteza e desconfiança no processo eleitoral brasileiro.

Após sua entrega, a audiência de custódia decidiu pela manutenção da prisão domiciliar, que inclui o uso de tornozeleira eletrônica como forma de monitoração do ex-militar. Isso reforça a necessidade de um acompanhamento rigoroso das decisões judiciais e das medidas preventivas em relação aos envolvidos em crimes de alta complexidade.

Comentários do advogado e reações

O advogado de Almeida, Leonardo Avelar, defendeu que seu cliente sempre colaborou com a justiça, afirmando que a adoção da medida de prisão domiciliar foi desnecessária. “Ele compareceu a todos os atos processuais e sempre mostrou disposição para cooperar com as investigações”, declarou Avelar. Essa colaboração, segundo o advogado, deveria ser levada em consideração ao avaliar a gravidade da pena e as medidas restritivas aplicadas.

Prisão domiciliar e outros envolvidos

Na mesma decisão que resultou na prisão domiciliar de Almeida, o ministro Moraes também determinou que outros nove condenados no esquema golpista, incluindo o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, que fugiu do Brasil, deveriam cumprir a mesma medida. Esta ação surge após uma série de tentativas de fuga por parte de pessoas envolvidas no caso, levando à preocupação de que, sem supervisão, outros condenados possam seguir o mesmo caminho.

Contudo, no final da semana passada, a PF não conseguiu localizar dois dos alvos das prisões domiciliares. Além de Almeida, o presidente do Instituto Voto Legal (IVL), Carlos Rocha, se tornou foragido, tendo sido condenado a sete anos e seis meses de prisão por sua participação na desinformação eleitoral.

Motivos para a prisão preventiva

O ministro Moraes destacou em sua decisão o “fundado receio de fuga” e a prática comum entre os membros da organização criminosa de deixar o território nacional. “A situação atual exige medidas preventivas, uma vez que o modus operandi da organização criminosa condenada pelo STF indica a possibilidade de planejamento e execução de fugas”, ressaltou Moraes. Ele comparou o caso de Almeida ao de outros condenados que conseguiram sair do país, como Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A discussão em torno das fugas e da necessidade de medidas preventivas coloca em evidência a seriedade do caso e a urgência de um sistema judicial que possa responder de maneira rápida e eficaz a esse tipo de crime. À medida que a investigação avança, a expectativa é de que as autoridades possam não apenas cumprir as penas estabelecidas, mas também restaurar a confiança da população nas instituições responsáveis pela proteção da democracia.

Com a prisão de Almeida, a justiça busca não apenas punir os culpados, mas também transmitir uma mensagem clara de que a desinformação e a tentativa de golpe não serão toleradas, respondendo assim a uma demanda crescente da sociedade por responsabilidade e transparência nas instituições públicas.

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