A recente saída de Luccas Neto do SBT trouxe à tona uma discussão importante sobre a relação entre influenciadores digitais e a audiência da TV aberta. Apesar do sucesso e das bilhões de visualizações acumuladas por Luccas e seu irmão, Felipe Neto, na internet, a realidade da televisão convencional parece ser bem diferente. A questão que fica é: como os influenciadores, com seus milhões de seguidores, não conseguem replicar esse sucesso em um meio que, segundo especialistas, é dominado por um público específico?
Quem é Luccas Neto?
Luccas Neto é um nome conhecido entre o público jovem e infantil. Ele se destaca como ator, roteirista e empresário, construindo uma carreira sólida nas redes sociais. Com conteúdo voltado principalmente para o público infantil, Luccas acumulou uma legião de fãs e o status de influenciador. No entanto, essa influência não se traduziu em audiência significativa para a programação do SBT, evidenciando um problema maior da TV aberta que continua a afetar outras emissoras também.
O cenário da TV aberta no Brasil
A TV aberta no Brasil, tradicionalmente, é consumida por um público diferente daquele que frequenta as redes sociais. A maioria dos telespectadores da TV aberta é composta, em grande parte, por donas de casa e mulheres acima dos 50 anos. Esse público possui interesses que muitas vezes não alinham com o conteúdo produzido por influenciadores digitais, que geralmente atraem uma audiência mais jovem. Essa desconexão entre o perfil do público e o conteúdo oferecido é um dos principais motivos pelo qual programas com influenciadores não conseguem a audiência esperada.
A importância do entendimento do público
Para qualquer emissora que pretende sobreviver na TV aberta, é fundamental entender seu público-alvo. A tentativa de introduzir influenciadores nos programações sem essa compreensão provavelmente resultará em baixos índices de audiência, como foi o caso do SBT com Luccas Neto. É um erro crasso subestimar a sabedoria do público e os padrões de consumo de conteúdo.
Desafios e erros do SBT
Além da saída de Luccas Neto, a gestão do SBT tem enfrentado outros desafios. O canal tem cometido erros recorrentes na escolha de programas e horários, que têm gerado repercussões negativas na audiência. Um exemplo notório é a criação de um programa voltado para o público feminino que, paradoxalmente, não conseguiu engajar esse mesmo público. Esse erro estratégico revela uma falta de conhecimento sobre o que realmente interessa a esse grupo.
O papel dos influenciadores na TV aberta
É claro que os influenciadores têm um papel importante na mídia moderna, mas sua eficácia na televisão depende de uma abordagem inteligente e bem planejada. A integração entre a internet e TV aberta precisa ocorrer de maneira que ambos os mundos se respeitem e se complementem, ao invés de forçar uma transição que claramente não satisfaz os dois públicos. A experiência acumulada em anos de programação deve guiar as decisões estratégicas dos diretores de canais como o SBT.
O futuro da TV aberta
O que fica evidente com a saída de Luccas Neto é que a TV aberta não pode se dar ao luxo de ignorar as mudanças nos meios de comunicação e a evolução do público. Apenas dinheiro não garante a audiência; é necessário um mix de criatividade, inovação e, acima de tudo, um profundo conhecimento sobre quem está assistindo. Ao ignorar esses princípios básicos, o SBT e outras emissoras correm o risco de continuar perdendo terreno para plataformas que não apenas entendem, mas também abraçam a nova forma de consumir conteúdo.
Diante desse cenário, é crucial que as emissoras repensem sua estratégia, entendendo que a TV aberta ainda possui um papel relevante, mas que precisa se adaptar aos novos tempos. Em um mundo onde a atenção do público é um bem escasso, a falha em cativar os telespectadores pode ser fatal.
Notícias como a saída de Luccas Neto nos lembram que devemos acompanhar as transformações das mídias, pois, enquanto as redes sociais crescem, a televisão precisa se reinventar para não desaparecer.


