Brasil, 29 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

PT lança manual de orientações para militância digital em 2026

Às vésperas do ano da disputa presidencial, o Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nesta segunda-feira um manual destinado à sua militância digital, com diretrizes para apoiar a reeleição do presidente Lula em 2026. O documento, que enfatiza a proteção jurídica, traz recomendações sobre o que pode ser publicado online, incentivando o uso de memes e cortes de vídeos para… “munição política”. Curiosamente, o manual desaconselha o uso de termos como “genocida”, “fascista” e “corrupto” para a descrição de opositores, devido aos riscos associados à difamação e à possibilidade de processos judiciais.

Diretrizes para a militância digital

A cartilha estabelece claramente “o que pode e não pode” ser publicado pelos usuários, ressaltando a importância de evitar processos legais, principalmente em um clima eleitoral acirrado. Dentre as estratégias apresentadas, destacam-se a abordagem de “fatos, e não da vida privada”, a transformação de imputações em opinião política, e o uso de “memes satíricos, mas sempre baseados em fatos”. O documento também sugere que a militância busque “diferenciar-se” de adversários ideológicos, afirmando que, enquanto o bolsonarismo manipula imagens sob a forma de fake news, a militância deve se concentrar em evidenciar a verdade dos atos públicos.

Conteúdo estratégico e cautela legal

Além de sugerir a substituição de termos considerados ofensivos por descrições que remetam a características autoritárias, o manual recomenda o uso de críticas construtivas em relação a políticas públicas adotadas durante a pandemia, bem como diretrizes para abordar investigações e escândalos de corrupção. A cartilha também incentiva os novos métodos de comunicação, como a utilização de vídeos e prints públicos do ex-presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de “desmascarar contradições”. Contudo, o documento enfatiza a importância de se evitar manipulações que poderiam resultar em conteúdos falsos.

Gerenciando crises e erros

Para coordenar as ações da militância, o manual orienta sobre os passos a serem seguidos em caso de erros ou ameaças, incluindo o recebimento de ações judiciais. Isso demonstra uma preocupação com a segurança jurídica dos envolvidos nas campanhas, oferecendo uma rede de suporte para gerenciar potenciais crises na comunicação digital.

Rede de mobilização e ações no WhatsApp

A cartilha rapidamente começou a circular entre grupos de WhatsApp formados por influenciadores que apoiam o PT. Esses grupos foram criados para organizar a militância em prol do governo, como mostrou recentemente o GLOBO. Conhecida como “Pode Espalhar” ou “Clube de Influência Eu Tô Com Lula”, essa rede de comunicação já foi acionada em momentos de embate entre o Planalto e o Legislativo. Um exemplo notável foi o recente confronto sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a tramitação da PEC da Blindagem.

O impacto da militância digital

Essas mobilizações têm se refletido nas redes sociais, possibilitando que hashtags como “Congresso Inimigo do Povo” se tornem trending topics. O uso de conteúdos elaborados por inteligência artificial também é uma estratégia para atacar figuras proeminentes da oposição, como os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. A coordenação das respostas da militância em situações críticas, como a prisão de Bolsonaro e a aprovação de decretos de interesse do governo, têm sido, através dessas plataformas de mensageria, uma tática atual e inovadora para mobilização política.

Assim, a publicação deste manual não apenas destaca a intenção do PT de preparar sua base para a batalha eleitoral que se aproxima, mas também reflete uma nova era de comunicação política, onde a digitalização e a proteção legal andam lado a lado.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes