Brasil, 29 de dezembro de 2025
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Progressistas cogitam lançar candidatura própria ao governo de SP

Em uma movimentação que promete agitar o cenário político de São Paulo para as eleições de 2026, o Partido Progressistas (PP) anunciou que considera a possibilidade de lançar um candidato ao governo do estado, desafiando a candidatura à reeleição do atual governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A situação levanta questionamentos sobre a aliança com o União Brasil, partido com o qual o PP deve formar uma superfederação para a disputa eleitoral.

Divisões internas e descontentamentos no PP

A decisão da sigla é resultado do crescente descontentamento entre os prefeitos filiados ao PP, que reclamam da falta de atenção do governo estadual. Segundo afirmou o deputado federal Maurício Neves, presidente estadual do PP, a insatisfação pode levar a uma mudança de direção, mencionando alternativas como Ricardo Salles e Filipe Sabará como possíveis candidatos. Neves destacou que “avalia a possibilidade” de uma candidatura própria do PP, num claro desafio à liderança de Tarcísio.

Reações dentro do partido

Milton Leite, ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo e vice-presidente nacional do União Brasil, reagiu ao anúncio afirmando que a ação do PP “causa estranheza”. Ele reiterou seu apoio à candidatura de Tarcísio, dizendo que a federação prosseguirá com o governador como candidato, seja para a reeleição ou como uma alternativa à presidência. Leite enfatizou a necessidade de se manter unidade dentro da federação para as disputas majoritárias futuras.

Efeitos da superfederação nas candidaturas

A superfederação, que permitirá que os partidos federados disputem as eleições majoritárias juntos e somem seus votos para a distribuição das cadeiras, acrescenta uma camada extra de complexidade a essa situação. Com regras que obrigam as siglas a atuarem em coligação, a movimentação do PP levanta dúvidas sobre a viabilidade de sua candidatura independente e a real intenção por trás dessa estratégia.

Justificativas e cenários futuros

A insatisfação interna está vinculada ao apoio percebido como insuficiente do governo Tarcísio ao projeto que envolve o ex-secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), como candidato ao Senado. Contudo, a liderança do PP, especificamente o presidente nacional Ciro Nogueira, já havia mencionado a possibilidade de Derrite se candidatar ao governo estadual, mas apenas na ausência do atual governador. Essa postura parece estar mudando com as novas declarações e movimentações dentro do partido.

No entanto, nem mesmo entre os aliados há uma grande simpatia em relação à decisão do PP de considerar uma candidatura própria. O deputado estadual Delegado Olim (PP) e outros membros influentes da sigla reafirmaram seu compromisso com Tarcísio, pedindo uma abordagem mais racional da liderança do PP. O subprefeito da Lapa, Coronel Telhada (PP), também ressaltou que a ascensão de Osvaldo Nico ao cargo de secretário deve ser vista como uma continuidade do apoio ao governo.

A influência de Tarcísio na política paulista

Por outro lado, pessoas próximas a Tarcísio perceberam as movimentações do PP como uma tentativa de reconquistar influência no governo, especialmente após a saída antecipada de Derrite. A atual situação de liderança criada em torno de Nico, segundo informações, ocorre com a intenção de dar maior espaço a aliados da gestão no interior do estado.

Enquanto isso, Ciro Nogueira, líder nacional do PP, continua a ser um dos defensores mais fervorosos da candidatura de Tarcísio, especialmente considerando seus planos presidenciais. Entretanto, a recente rivalidade com o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro, que criticou publicamente o governador, adiciona tensão à teoria de que Tarcísio tem a chapa presidencial em mente, complicando ainda mais a já delicada relação entre os partidos.

As movimentações que se desenrolam em São Paulo aliados do PP e do União Brasil não apenas estabelecem um novo cenário, como também testam a capacidade dos líderes em manter a união e a estabilidade dentro das siglas, fundamentais para as disputas de 2026. Com as eleições se aproximando e a pressão aumentando, resta saber como Tarcísio responderá às ameaças internas e quais estratégias adotarão para consolidar seu apoio.

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