Brasil, 29 de dezembro de 2025
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Lula estuda compra de novo avião presidencial após incidentes

Depois de três episódios preocupantes durante voos oficiais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está considerando a compra de um novo avião presidencial. As falhas de segurança no modelo atual, o Airbus A319CJ, conhecido como Aerolula, têm gerado insatisfação tanto do presidente quanto de sua esposa, Janja. Contudo, essa decisão pode enfrentar obstáculos devido ao elevado custo, que gira em torno de R$ 1,4 bilhão a R$ 2 bilhões, e ao impacto negativo que uma compra dessas poderia ter em um ano eleitoral.

A situação atual do Aerolula

O presidente Lula se mostra incomodado com as limitações da aeronave atual, que além de uma autonomia reduzida para voos internacionais, apresenta uma configuração insuficiente para as reuniões e o conforto exigido para viagens oficiais. Com isso, o presidente defende que uma nova aeronave tenha mais espaço para sua comitiva, uma área vip mais expandida e até um quarto com cama.

O comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, tem encontrado dificuldades para obter cotações no mercado internacional. A escassez de aeronaves desse tipo e a longa produção devido às especificidades de fabricação são entraves significativos para a compra. A Aeronáutica acionou corretores especializados que atuam em diversos países para encontrar fornecedores adequados.

Incidentes perigosos em voos oficiais

Lula tem sentido a pressão dessas falhas, que foram culminadas por um episódio em outubro, quando uma falha no motor do Aerolula antes da decolagem obrigou a troca de aeronaves. Destinatário da comitiva que seguia para a Ilha do Marajó, o presidente relatou o receio de um incêndio, demonstrando o nível de estresse e insegurança nos voos oficiais.

Outro incidente marcado ocorreu em março, quando o Aerolula precisou arremeter no aeroporto de Sorocaba, em São Paulo, devido a ventos fortes. Em outubro do ano passado, a aeronave enfrentou uma pane em uma de suas turbinas durante um vôo sobre a Cidade do México, obrigando a manter um tempo prolongado em voo até a segurança para pousar.

Implicações políticas e financeiras

Apesar das evidências da necessidade de um novo avião, o tema suscita discussões políticas fortes dentro do governo. Com as eleições previstas para 2026, aliados de Lula sugerem que a compra de um novo modelo poderia gerar desgaste político. Se concretizada, a aquisição teria que ser realizada via licitação e poderia levar meses para ser concluída.

Aliados internos argumentam que, no cenário eleitoral, os custos das viagens do presidente devem ser arcados pelo partido, o que torna a nova aeronave ainda mais impactante financeiramente. Durante a campanha, o PT seria obrigado a ressarcir os custos ao governo, o que também se tornaria um fator negativo para a imagem de Lula nas urnas.

Desafios orçamentários da Defesa

A situação financeira da Defesa também complica a possibilidade de investimento em um novo avião. A expectativa do orçamento para 2024 prevê o montante de R$ 141 bilhões, dos quais uma parcela significativa é destinada para pagamento de pessoal. As tratativas sobre a compra de um novo avião presidencial estão cercadas não apenas pelas limitações financeiras, mas também pela escassez de recursos destinados às Forças Armadas.

O ministro da Defesa, José Múcio, procura impulsionar a aprovação de uma proposta que almeja um investimento de 2% do PIB para a Defesa, o que poderia significar mais recursos para a modernização dos equipamentos, incluindo aeronaves.

Conclusão

Em meio a um cenário contrastante de necessidade de modernização e restrições orçamentárias, a potencial compra de um novo avião presidencial representa um dilema para Lula e sua equipe. O presidente precisa avaliar com cautela a urgência de equipar-se com aeronaves que garantam segurança, conforto e eficiência, sem deixar de lado as consequências políticas e financeiras que uma decisão tão significativa pode trazer em um momento eleitoral delicado.

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