O Índice Geral de Preços e Mercado (IGP-M), conhecido como a inflação do aluguel, encerrou 2025 em queda de 1,05%, após meses de variações nos preços, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em dezembro, o índice recuou 0,01%, refletindo o movimento de desaceleração ao longo do ano.
Desaceleração do IGP-M e seus fatores
A queda acumulada do IGP-M em 2025 revela uma desaceleração da atividade econômica global e um ambiente de elevada incerteza, que limitaram o repasse de custos na cadeia produtiva. Essa realidade impactou principalmente os preços ao produtor, índice responsável por 60% do cálculo do indicador.
Segundo a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), com maior peso no índice, caiu 2,73% em 2025, apresentando uma recuperação em dezembro ao registrar uma queda de 0,12%, após alta de 0,27% em novembro. Os preços das matérias-primas também recuaram 0,30% em dezembro, contribuindo para o movimento de deflação.
Composição do IGP-M e comportamento dos seus componentes
O índice é formado por três componentes: o IPA (60%), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC, 30%) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC, 10%). Enquanto o IPA exerceu forte pressão de baixa, o IPC teve uma variação moderada de 0,24% em dezembro, indicando uma alta lenta dos preços ao consumidor ao longo do ano.
O IPC mostrou desaceleração em comparação a novembro, onde a alta havia sido de 0,25%, com componentes como saúde, alimentação e comunicação apresentando desaceleração, embora habitação, educação e transporte tenham acelerado, influenciando a inflação ao consumidor.
Impacto no mercado de aluguel e preços ao consumidor
Apesar da deflação do IGP-M registrada em 2025, a relação com os preços dos aluguéis não é direta. Contratos que utilizam o índice como indexador geralmente ajustam os valores uma vez ao ano, com base na variação dos últimos 12 meses. Quando o índice fica negativo, o reajuste pode ser menor ou até resultar em redução.
No entanto, muitos contratos recentes migraram para o IPCA, que permanece em alta, e fatores de mercado, como oferta e demanda, influenciam diretamente os preços. Assim, os aluguéis podem continuar subindo mesmo diante de uma queda do IGP-M.
Perspectivas e fatores adicionais
Os custos na construção civil, componentes do INCC, tiveram alta de 0,21% em dezembro, desacelerando em relação ao mês anterior, totalizando uma alta de 6,01% no período de 12 meses. Isso reflete pressões persistentes no setor, influenciando o valor final dos imóveis e, subsequentemente, os aluguéis.
Especialistas indicam que, enquanto o índice anual de inflação ao produtor mostra estabilidade de preços, a dinâmica do mercado de aluguéis continuará influenciada por variáveis externas, como oferta, demanda e negociações específicas entre locadores e locatários.
Segundo a analista econômica Ana Pereira, “a relação entre o IGP-M e os reajustes de aluguel depende de diversos fatores de mercado e das cláusulas contratuais, não podendo ser prevista apenas pela variação do índice”.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa no site do G1.


