O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), um dos principais indicadores para a correção de contratos de aluguel no Brasil, fechou o ano de 2025 com uma deflação acumulada de 1,05%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29/12) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este resultado marca uma mudança significativa após meses de desaceleração nos preços, refletindo uma tendência que impactou tanto inquilinos quanto proprietários de imóveis.
Desempenho do IGP-M em dezembro
No último mês do ano, o IGP-M apresentou uma variação de -0,01%, indicando que o índice praticamente não sofreu alterações. Entretanto, esse pequeno movimento foi o suficiente para que o acumulado em 12 meses encerrasse em território negativo. Essa deflação se destaca, principalmente considerando que em 2024 o índice havia registrado uma alta superior a 6%.
Entendendo o IGP-M e seu impacto no mercado
O IGP-M, que é calculado mensalmente pela FGV, serve como termômetro da inflação em vários setores da economia, com ampla utilização na atualização de contratos de aluguel, tarifas públicas e serviços. O índice é composto por três subíndices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que tem um peso de cerca de 60% no cálculo final, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Em 2025, o desempenho do IGP-M foi fortemente influenciado pela queda contínua dos preços das matérias-primas e pela diminuição das pressões inflacionárias nos diversos componentes do índice. As oscilações em alguns meses, embora tenham levado a altas pontuais, não foram suficientes para reverter a tendência de baixa que culminou em um resultado anual negativo.
O que isso significa para os aluguéis?
É importante destacar que a deflação do IGP-M não garante uma redução automática nos valores dos aluguéis. Os contratos que utilizam este índice geralmente são reajustados uma vez por ano, com base no acumulado dos 12 meses anteriores. Quando o IGP-M apresenta um resultado negativo, isso pode implicar em um reajuste menor ou até mesmo em uma redução, desde que essa possibilidade esteja claramente estipulada no contrato.
Contudo, muitos contratos imobiliários recentes têm adotado outros indexadores, como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que manteve uma trajetória de alta durante 2025. Esse movimento diminui o impacto da deflação do IGP-M para muitos inquilinos e proprietários, mostrando que a escolha do indexador pode ser uma estratégia importante no momento de negociar aluguéis.
Perspectivas futuras
O cenário econômico brasileiro, enfraquecido por crises anteriores, exige que tanto inquilinos quanto proprietários permaneçam atentos às flutuações de indicadores como o IGP-M. A deflação observada pode ser um sinal de um período de adaptação do mercado, onde tanto locatários quanto locadores buscam alternativas e estratégias para navegar a incerteza econômica.
Em suma, enquanto o IGP-M encerra 2025 com deflação, as implicações diretas sobre os aluguéis dependem das condições contratuais de cada situação. O cuidado na escolha do indexador e a vigilância sobre as mudanças econômicas são fundamentais para assegurar um equilíbrio no mercado imobiliário.



