O diplomata americano Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, permanece como uma figura secundária na delicada relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos durante a crise de 2025, marcada por tensões comerciais e políticas. Sua atuação, formal e técnico, reflete as limitações de sua posição, que ainda não foi transformada em embaixador oficial.
O papel de Escobar na crise diplomática bilateral
Desde julho, quando os EUA anunciaram tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, Escobar tornou-se o canal de interlocução formal entre os governos. Apesar desse papel, sua condição temporária e sua origem como diplomata de carreira ajudam a explicar o alcance restrito de sua influência nesta crise. Segundo fontes do Itamaraty, ele participou de encontros essenciais, mas sem capacidade de negociar saídas políticas relevantes.
Perfil e trajetória do diplomata
Formado pela Universidade de Columbia, Escobar possui uma carreira sólida e atuação em temas de alta complexidade geopolítica, incluindo missões na ex-Iugoslávia, Iraque, Paquistão e Bolívia. Sua trajetória inclui também coordenação para assuntos cubanos no Departamento de Estado, sendo fluente em oito idiomas. No Brasil, sua atuação é mais voltada ao contato com empresários e entidades setoriais, sempre com uma postura discreta e sem protagonismo político evidente.
Limites e atuação restrita
Enquanto diplomata de carreira, Escobar foi nomeado logo no início do governo Trump, após a saída da então embaixadora Elizabeth Bagley, representante política sem carreira diplomática. No entanto, o Itamaraty não considera a possibilidade de nomeá-lo como embaixador, reforçando que sua influência na política externa dos EUA sob Trump é limitada. Seu papel na crise, por exemplo, se resumia ao recebimento de documentação e contatos protocolares.
Interlocuções e relação com o Brasil
Escobar realizou reuniões com setores estratégicos brasileiros, como mineração e aviação, e participou de encontros com empresários. Segundo relatos, sua atuação foi mais de facilitador, auxiliando na conexão de empresas brasileiras com políticos e autoridades americanas, especialmente na busca por parcerias e diálogo político indireto. Entre os eventos mais marcantes, destaca-se sua visita ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, após o anúncio do tarifão por Trump, episódio considerado por analistas como uma manobra sem grande impacto político.
Perspectivas futuras e influência
Embora ganhando atenção inicialmente, a figura de Escobar não foi considerada relevante na condução da crise pelo Itamaraty. Muitos diplomatas avaliam que sua posição não permite influenciar as decisões de Washington nem de Brasília. Ainda assim, sua atuação trouxe uma maior abertura de canais de diálogo, que, apesar das limitações, facilitou negociações indiretas e contatos entre o empresariado brasileiro e políticos republicanos.
Segundo fontes do governo brasileiro, Escobar atuou principalmente em uma fase de transição, ajudando a reabrir canais de comunicação em momentos de alta tensão, mas sem protagonizar movimentações de peso na resolução da crise. Sua trajetória e perfil técnico reforçam seu papel de facilitador, com espaço ainda restrito para influir de forma decisiva nas relações bilaterais.
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