No último domingo, o senador e pré-candidato à Presidência, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), marcou presença em um culto na Igreja da Lagoinha, localizada em Orlando, nos Estados Unidos. Este evento religioso foi liderado pelo pastor André Valadão, que compartilhou pregações registradas por Flávio em suas redes sociais. O culto acontece em um momento complicado, já que o senador enfrenta resistência de outros líderes evangélicos, como Silas Malafaia, que se manifestou contra sua candidatura ao Planalto.
Flávio busca reconciliação e apoio espiritual
As imagens compartilhadas pelo senador mostram a atmosfera de busca espiritual, onde Valadão convidou aqueles presentes a se aproximarem do palco para uma “reconciliação com Deus”. Acompanhado por sua esposa, Fernanda Bolsonaro, e pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), Flávio foi um dos que receberam as bênçãos do pastor. “Vivemos um momento especial de oração e ali senti de forma muito clara a presença de Deus. Entreguei a Ele a vida do meu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, confiando que Ele conduzirá cada passo do próximo procedimento”, declarou o senador em suas redes sociais.
O ex-presidente Jair Bolsonaro passa por uma nova cirurgia para tratar crises persistentes de soluço, que será realizada na segunda-feira, às 14h. Flávio é otimista quanto à recuperação do pai, afirmando que Deus irá “restabelecer a saúde” de Jair. “Creio no Deus que cura, que restaura e que sustenta. Ele é o médico dos médicos e vai restabelecer a saúde de Jair Bolsonaro”, completou Flávio durante o culto.
Desafios na busca por apoio evangélico
Caminhando para se estreitar com o eleitorado evangélico, Flávio Bolsonaro ainda enfrenta críticas significativas de Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que é considerado um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Neste mês, Malafaia declarou que a melhor alternativa política para a direita seria uma chapa liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como vice. Segundo Malafaia, Flávio não possui “musculatura política” suficiente para uma candidatura competitiva.
A estratégia de Malafaia sugere que Tarcísio teria uma rejeição menor entre a população e poderia atrair votos do Centrão, além de eleitoras que não apoiariam Lula ou Bolsonaro. “A Michelle encarna (votos de) mulheres, da direita, de evangélicos e é filha de nordestinos”, disse Malafaia, ressaltando o que considera ser uma inadequação política na candidatura de Flávio.
Cenário político e repercussões
Dentro do mesmo mês em que anunciou sua pré-candidatura, Flávio viu Malafaia expressar seu descontentamento de forma contundente. “O amadorismo da direita faz a esquerda dar gargalhadas. Não estou falando nem contra e nem a favor de ninguém. Somente isto”, escreveu Malafaia, alfinetando o cenário político que o senador tenta mobilizar.
Poucas horas após o anúncio de sua pré-candidatura, em 5 de dezembro, Malafaia já havia manifestado críticas, deixando clara a divisão entre líderes evangélicos que poderiam, em tese, apoiar Flávio em sua corrida rumo ao Planalto. O cultuar e se unir a lideranças religiosas parece ser uma estratégia de Flávio para contornar as críticas e fortalecer seu posicionamento no cenário político, já que neste mesmo mês, o senador iniciou sua agenda como pré-candidato em um culto na igreja evangélica Comunidade das Nações, situada em Brasília.
O desenvolvimento de sua campanha e como se dará a relação com outros líderes evangélicos será um fator crucial para a eficácia de suas estratégias, e sua imagem nas comunidades religiosas será observada de perto pelo eleitorado.
Com desafios pela frente e um cenário político conturbado, Flávio Bolsonaro se prepara para uma luta não apenas política, mas também espiritual em busca de aceitação e apoio durante sua trajetória rumo à presidência.
Para mais detalhes, visite O Globo.
