Brasil, 29 de dezembro de 2025
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Estudo revela aumento do antissemitismo por influenciadores

Um estudo recente realizado pela JPPI (Jewish People Policy Institute) utilizando análise de inteligência artificial aponta que os influenciadores Tucker Carlson e Candace Owens elevaram significativamente a produção de conteúdo antissemitas e anti-Israel nos últimos meses. Este fenômeno preocupa especialistas que observam a crescente disseminação de discursos de ódio nas redes sociais, especialmente por figuras influentes.

Surto de conteúdo antissemita

O relatório, que analisou dados provenientes de diversas fontes de mídia social, revelou um crescimento alarmante em publicações consideradas antissemitas, tanto de Carlson quanto de Owens. Enquanto a retórica antissemitas de Carlson sempre foi notória, o estudo destaca um aumento acentuado na articulação de mensagens que atacam a identidade judaica e criticam a existência de Israel.

Owens, que se destacou como uma forte voze do conservadorismo americano, também teve seu histórico revisto, revelando um aumento no tom explícito de mensagens antissemitas. Os dados indicam que suas postagens incluíram referência a teorias da conspiração tradicionais que perpetuam estereótipos negativos sobre a comunidade judaica.

Impacto das redes sociais

As plataformas de mídia social, como Twitter e Facebook, têm sido identificadas como o principal meio de disseminação desses discursos. A análise sugere que tanto Carlson quanto Owens têm um impacto significativo sobre as opiniões de seus seguidores, muitos dos quais são jovens imersos na cultura de consumo digital. O estudo alega que a retórica usada por esses influenciadores pode influenciar mesmo aqueles que não necessariamente compartilham essas visões, criando um efeito de normalização.

Além disso, a pesquisa destacou que a amplificação desse conteúdo também pode estar relacionada ao crescimento das notícias de ódio em outras partes do mundo, incluindo uma série de incidentes antissemitas que foram registrados globalmente nos últimos anos. Investigadores sugerem que a confluência entre influenciadores digital e o aumento de violência contra a comunidade judaica é uma causa séria de preocupação.

As reações do público e dos especialistas

A reação a esses achados foi mista.Enquanto alguns defendem a liberdade de expressão, outros argumentam que o discurso de ódio, especialmente quando promovido por figuras públicas, não deve ser tolerado. O rabino David Rosen, diretor de relações inter-religiosas da AJC (American Jewish Committee), declarou que “é fundamental combater essa retórica antes que ela se converta em ações prejudiciais contra indivíduos e comunidades”.

Organizações de direitos civis também enfatizaram a necessidade de responsabilizar plataformas digitais pelo conteúdo que permitem ser disseminado em suas redes. Especialistas em media e comunicação, como a Dra. Ana Paula Araújo da Universidade de São Paulo, afirmam que “a tecnologia não é neutra e desempenha um papel ativo na maneira como as ideias se espalham e são percebidas na sociedade”.

O que vem a seguir?

Com o crescente interesse sobre o impacto dos discursos de ódio e da desinformação, muitos se perguntam como as plataformas e as autoridades podem responder de forma eficaz. O estudo da JPPI oferece um olhar essencial sobre como influenciadores podem moldar a ideologia do público e propõe um exame mais crítico do conteúdo que é promovido online.

A esperança é que conscientizações como essas façam o público refletir mais sobre as implicações de consumir não apenas o que é popular, mas o que é realmente responsável e ético. À medida que a sociedade se adapta ao novo normal digital, será crucial abordar a questão de como nós, como consumidores e cidadãos, interagimos com a informação e que tipo de discurso permitimos em nosso meio.

Em um mundo onde a linha entre informação e desinformação está cada vez mais borrada, manter um diálogo aberto e crítico sobre essas questões é vital. A responsabilidade não é apenas das plataformas, mas de todos nós, em fomentar um ambiente mais seguro e respeitoso para todas as comunidades.

Este estudo ressalta a necessidade urgente de vigilância e responsabilidade na era digital, onde as vozes que moldam a opinião pública também podem provocar divisões e animosidade. O aumento contínuo do antisemitismo e o discurso de ódio exige uma resposta não apenas da sociedade civil, mas também dos responsáveis pela regulamentação das plataformas digitais.

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