Brasil, 29 de dezembro de 2025
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Correios planeja abrir capital e buscar recuperação financeira

Os Correios anunciaram nesta segunda-feira (29) uma ampla reestruturação com o objetivo de enfrentar déficits acumulados desde 2022, incluindo a possibilidade de abrir o capital da estatal. A mudança visa transformar a empresa 100% pública em uma sociedade de economia mista, semelhante a Petrobras e Banco do Brasil, que contam com acionistas privados.

Reforma societária e expectativas

De acordo com o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, a estatal aguarda o resultado de uma consultoria contratada para apresentar propostas de mudanças na estrutura societária. Em coletiva em Brasília, ele afirmou que, atualmente, não há intenção de privatização, mas sim de estabelecer parcerias e sociedades de economia mista que possam funcionar no setor logístico e financeiro.

“Hoje não tem um olhar sobre privatização, mas tem um olhar sobre parcerias, inclusive societárias. Tem exemplos de sociedade de economia mista que funcionam”, explicou Rondon. “Tem exemplos em que, não há sociedade de economia mista, mas há parcerias específicas para temas relevantes, como negócios financeiros e seguridade”, acrescentou.

Medidas para redução de custos e ajustes estratégicos

O plano de reestruturação prevê a venda de imóveis, fechamento de mil agências próprias, além de dois planos de demissão voluntária (PDVs) que devem reduzir o quadro de funcionários em 15 mil até 2027. Essas ações visam economizar cerca de R$ 5 bilhões até 2028, buscando tornar a companhia mais competitiva diante do ambiente de mercado.

Empréstimo bilionário e recuperação financeira

Para equilibrar as contas, os Correios anunciaram a tomada de um empréstimo de R$ 12 bilhões com cinco grandes bancos, sendo R$ 10 bilhões desembolsados em 2025 e R$ 2 bilhões em janeiro de 2026. Com três anos de carência, a operação busca garantir pagamento de fornecedores, benefícios a empregados e tributos.

O contrato do empréstimo foi assinado na última sexta-feira (26), com a participação de bancos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander, que aportaram valores variados. Mesmo assim, a estatal continua buscando mais R$ 8 bilhões em receitas, podendo vir de novos empréstimos ou de aportes do Tesouro Nacional.

Desafios financeiros e crise no setor postal

Desde 2016, os Correios enfrentam uma crise financeira motivada pela transformação do mercado postal com a digitalização das comunicações, atingindo sua principal fonte de receita, as cartas. A entrada de novos concorrentes no comércio eletrônico também agravou a situação.

Segundo Rondon, a companhia apresenta um saldo negativo de R$ 6 bilhões nos primeiros nove meses de 2025 e um patrimônio líquido negativo de R$ 10,4 bilhões. Para o presidente, medidas de ajuste são essenciais para que a estatal possa retomar a saúde financeira e se adaptar às novas dinâmicas do setor.

Perspectivas futuras

O processo de transformação dos Correios busca equilibrar a necessidade de modernização e competitividade com a realidade financeira atual. O plano inclui mudanças estruturais, venda de ativos, cortes de despesas e possibilidade de parcerias societárias, sempre visando a sustentabilidade do serviço postal no Brasil.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa na Agência Brasil.

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