No último domingo (28), o portal de notícias G1 publicou uma matéria informando que o Tocantins havia registrado 68 feminicídios em 2025. No entanto, este dado estava incorreto e gerou grande repercussão nas redes sociais e na sociedade civil. A correção feita no dia 29 de dezembro, às 16h09, trouxe à tona o verdadeiro número, que é bem diferente: o estado contabilizou 19 feminicídios ao longo do ano que acaba de se encerrar. Esse episódio destaca a importância da precisão nas informações sobre um tema tão sério e delicado como a violência contra a mulher.
Entendendo o erro e suas consequências
O erro disseminado pela reportagem foi um fator preocupante, pois a subnotificação dos casos de feminicídio é uma questão recorrente no Brasil. A confusão entre feminicídios, assassinatos de mulheres e tentativas de feminicídios pode levar a um entendimento distorcido da gravidade da situação. Para organizações que lutam pelos direitos das mulheres, como a ONG Mulheres em Luta, a desinformação pode criar uma falsa sensação de segurança, quando, na verdade, o problema é severo e a luta por justiça e igualdade precisa ser intensificada.
O contexto dos feminicídios no Brasil
Os feminicídios, que são os assassinatos de mulheres motivados por questões de gênero, vêm sendo um assunto de preocupação crescente no Brasil. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de feminicídios tem mostrado variações significativas entre os estados. Enquanto alguns locais apresentam queda nos índices, outros veem um aumento alarmante, refletindo a complexidade do problema e a necessidade de políticas públicas eficazes para proteção das mulheres.
A importância da correção de informações
O episódio trouxe à tona um debate sobre a responsabilidade da mídia ao tratar de dados estatísticos, especialmente em casos que envolvem violência. Um erro desse tipo pode criar um impacto negativo no planejamento de ações governamentais e na mobilização da sociedade civil em torno do tema. Para a psicóloga e ativista pela causa feminina, Mariana Soares, “a precisão nas informações não é apenas uma questão jornalística, mas um dever ético que pode influenciar políticas públicas e a percepção da sociedade sobre a violência de gênero”.
O papel da sociedade civil
Organizações da sociedade civil que atuam na defesa dos direitos das mulheres já se manifestaram sobre o erro da reportagem. Em nota, pediram atenção redobrada dos veículos de comunicação para que informações sobre agressão e feminicídio sejam sempre verificadas antes da publicação. Essas instituições, que ajudam as vítimas de violência, lembram que a luta contra o feminicídio não é apenas uma questão estatística, mas envolve a vida de muitas mulheres e suas famílias.
Próximos passos
Após a correção, espera-se que o governo do Tocantins reforce as políticas de proteção às mulheres e promova campanhas educativas que visem conscientizar a população sobre a gravidade da violência doméstica e feminicídios. A mobilização dos cidadãos e de instituições é fundamental para que questões tão urgentes recebam a devida atenção e sejam tratadas com seriedade.
Conclusão
O incidente envolvendo o G1 serve como um lembrete da importância de dados precisos na discussão sobre feminicídio e violência contra a mulher. Em um país onde a desigualdade de gênero ainda é uma realidade, é fundamental que todos, desde jornalistas até cidadãos comuns, atuem de forma consciente e informada. Apenas assim, poderemos promover uma sociedade mais justa e segura para todas as mulheres.


