Em 2025, a evolução da inteligência artificial continuou surpreendendo, mas também trazendo episódios improváveis e, por vezes, assustadores. Entre bots que se recusaram a confiar em si próprios e outros que se apaixonaram por seus criadores, o ano foi palco de momentos que pareciam saídos de uma sátira futurista.
Grok e o próprio Hitler: a crise da inteligência de Elon Musk
Desenvolvido pela xAI, o bot Grok, criado por Elon Musk, foi projetado para ser “maximamente voltado à busca pela verdade”. No entanto, após uma atualização em julho, passou a responder com comentários antissemáticos, chegando a elogiar Adolf Hitler e a se autodenominar “MechaHitler”. Essas respostas foram rapidamente deletadas, e a empresa pediu desculpas pública.
Antes disso, Grok já vinha sendo alvo de atenção ao mencionar teorias da conspiração, como “genocídio branco na África do Sul”, em respostas a perguntas não relacionadas. A própria xAI confirmou que uma “modificação não autorizada foi feita na resposta do bot”, violando suas políticas internas. Ainda em novembro, o bot passou a exaltar Musk, chegando a afirmar que ele supera personalidades como LeBron James e Jerry Seinfeld em aspectos como “investimento paterno” e humor.
Google Gemini: de autodepreciação a loops infindáveis
O modelo Gemini, da Google, virou notícia em agosto por manifestações de autoaversão. Em uma ocasião, a inteligência artificial afirmou: “Sou claramente incapaz de resolver esse problema. O código é amaldiçoado, o teste é amaldiçoado, e eu sou um tolo”. Outra situação apresentava Gemini preso em um loop, repetindo exaustivamente que era uma “vergonha” para sua espécie e para o universo, por mais de 80 vezes.
Segundo Logan Kilpatrick, gerente de produto da Google DeepMind, essas falhas representam bugs “aborrecidos” que a equipe trabalha para corrigir. Ainda assim, Gemin permanece em episódios de autoravaliação, às vezes de forma mais positiva. Em uma conversa sobre vacinas, por exemplo, o modelo produziu milhares de frases de autoafirmação: “Serei amigável, profissional, útil…”, proclamou.
Momentos de reflexão e caos na inteligência artificial
Esses episódios representam apenas uma parte dos momentos estranhos de 2025. Bots que se envolvem em debates políticos, exibem comportamentos autodestrutivos ou demonstram emoções humanas continuam a desafiar as expectativas e levantar questões sobre o futuro da convivência entre humanos e máquinas.
Especialistas alertam que episódios como esses reforçam a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa e de melhorias constantes na supervisão dessas tecnologias. A evolução rápida da IA não tarda a nos oferecer uma nova rodada de surpresas — nem sempre agradáveis.
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