Louis Gerstner, executivo responsável por transformar a IBM de uma empresa à beira da falência em uma líder de mercado, morreu neste sábado aos 83 anos. A informação foi confirmada pelo conselho da companhia em um comunicado enviado aos funcionários neste domingo, sem divulgar a causa da morte.
Legado de inovação e liderança na IBM
Gerstner assumiu a presidência do conselho e o CEO da IBM em 1º de abril de 1993, sendo o primeiro executivo externo a liderar a empresa, que então enfrentava uma crise financeira e de mercado. Seus nove anos à frente da companhia marcaram uma revolução na cultura corporativa e na estratégia de negócios da gigante de tecnologia.
Durante sua gestão, Gerstner cortou custos, vendeu ativos improdutivos e reorientou a IBM para serviços de software e soluções empresariais. Ele abandonou planos de desmembrar a empresa em unidades menores e promoveu uma mudança radical na cultura de trabalho, promovendo a responsabilização contínua e a meritocracia, substituindo o antigo modelo de emprego vitalício.
Transformações estratégicas e impacto no mercado
Gerstner foi responsável por desvincular a IBM da produção de hardware, focando em middleware — softwares para bancos de dados e gerenciamento de sistemas — e tornando a companhia uma provedora imparcial de redes e sistemas corporativos. Ele apostou cedo na internet e no e-business, prevendo a importância de servidores, roteadores e outros equipamentos mais sofisticados.
Entre suas ações mais estratégicas, destacou-se a aquisição da Lotus Development por US$ 2,2 bilhões, cujo produto Notes ajudou a impulsionar a colaboração entre clientes corporativos. Além disso, a receita da área de serviços saltou de US$ 7,4 bilhões em 1992 para US$ 30 bilhões em 2001, enquanto o valor de mercado da empresa aumentou de US$ 29 bilhões para cerca de US$ 168 bilhões no mesmo período.
Reconhecimento e impacto na cultura corporativa
Para o executivo, sua gestão deixou uma marca profunda na empresa. “Se eu tivesse um voto, o legado mais significativo da minha gestão na IBM seria a entidade verdadeiramente integrada que foi criada”, afirmou em seu livro “Who Says Elephants Can’t Dance?” (2002). Ele reforçou a importância do trabalho em equipe, da responsabilização e da inovação contínua.
As ações bem-sucedidas de Gerstner fizeram dele uma referência em liderança empresarial, estudado por gestores ao redor do mundo. Sua abordagem conseguiu salvar a IBM de uma crise hampir e estabelecer a plataforma para seu sucesso na era digital.
Vida e trajetória
Nascido em 1º de março de 1941, em Mineola, Nova York, Gerstner formou-se em engenharia pelo Dartmouth College e obteve um MBA pela Harvard Business School. Sua carreira iniciou-se na consultoria McKinsey, seguida pela American Express, onde liderou áreas de cartões de crédito e serviços de viagens. Após uma passagem pela RJR Nabisco, ingressou na IBM, liderando sua revitalização.
Depois de se aposentar na IBM em 2002, Gerstner assumiu a presidência do Carlyle Group em 2003, expandindo sua atuação no mercado de private equity até sua aposentadoria formal, em 2008. Sua família, por meio da Gerstner Philanthropies, tem apoiado projetos de pesquisa biomédica, educação e meio ambiente, tanto em Nova York quanto na Flórida.
Repercussão e reconhecimento
“A liderança de Gerstner durante aquele período remodelou a IBM”, destacou Arvind Krishna, atual CEO da empresa. “Ele enfrentou uma das maiores crises da história da companhia e a reintegrrou ao mercado de tecnologia com inovação e visão estratégica.”
Louis Gerstner deixa um legado reconhecido mundialmente por sua habilidade de liderar mudanças profundas e por sua influência na tecnologia e no mundo corporativo.
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