A paralisação dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) permanece em vigor após uma rodada de negociações mediada pelo Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Cejusc), vinculada ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), que terminou sem um acordo na última sexta-feira, 26 de dezembro. A greve, que teve início em 16 de dezembro, continua a crescer e a nova rodada de conversas está agendada para esta segunda-feira, 29 de dezembro, às 14h.
Contexto da greve dos Correios
A greve dos trabalhadores dos Correios foi intensificada na noite de terça-feira, 23 de dezembro, após a maioria dos sindicatos rejeitar uma proposta de acordo coletivo para o período de 2025/2026. Essa proposta foi discutida durante uma mediação conduzida pela vice-presidência do TST, mas acabou sendo considerada insatisfatória pelos representantes dos trabalhadores.
Na tentativa de solucionar as divergências, o dissídio (decisão judicial sobre a disputa) está agendado para o dia 30 de dezembro. Com isso, a reunião de hoje é vista como a última oportunidade para que as partes cheguem a um entendimento sobre questões como o reajuste salarial.
Pressão durante a greve
O TST, por meio da decisão da ministra Kátia Magalhães Arruda, determinou que durante a greve os sindicatos mantenham 80% dos trabalhadores ativos em cada unidade da ECT. Essa medida visa garantir a continuidade dos serviços essenciais, além de assegurar o livre trânsito de pessoas e a circulação de bens e correspondências. O descumprimento dessa ordem resultará em multas diárias de R$ 100 mil para os sindicatos que não cumprirem a determinação.
Impactos financeiros nos Correios
Os Correios enfrentam uma grave crise financeira, tendo registrado um prejuízo superior a R$ 6 bilhões apenas até setembro deste ano. Para tentar mitigar essa situação, a empresa já contratou um empréstimo de R$ 12 bilhões com cinco bancos, incluindo Bradesco, Itaú, Santander, Caixa e Banco do Brasil. Esse acordo, que foi assinado na última sexta-feira, conta com a garantia do Tesouro Nacional e está vinculado a um plano de reestruturação da empresa.
Plano de reestruturação e demissões
O plano de reestruturação da ECT incluiu medidas de corte de gastos e busca por novas fontes de receita, com o objetivo de retomar a rentabilidade da estatal até 2027. Entre as medidas estabelecidas está a demissão voluntária de até 15 mil trabalhadores, sendo 10 mil em 2026 e 5 mil em 2027. Além disso, está prevista a desativação de 1 mil unidades dos Correios e o estabelecimento de novas parcerias com o setor privado.
A situação atual dos Correios reflete não apenas uma crise financeira, mas também os desafios enfrentados pelos trabalhadores em suas negociações por melhores condições de trabalho e salários justos. A expectativa é que a nova rodada de negociações contribua para um desfecho satisfatório e pacífico para todas as partes. A população, por sua vez, aguarda ansiosamente que a situação se normalize e os serviços postais sejam restabelecidos plenamente.
Fique atento às atualizações sobre a greve dos Correios e os desdobramentos das negociações entre a empresa e seus funcionários, que são fundamentais para assegurar a continuidade dos serviços essenciais à população.


