Em 2025, Donald Trump retornou ao centro do cenário mundial com planos ambiciosos, ampliando o poder presidencial nos Estados Unidos e moldando uma nova ordem internacional. No entanto, em 2026, esse impulso enfrenta limites, tanto no país quanto fora dele, sinalizando uma fase de testes ao seu impacto político e às estratégias globais de Washington.
O embate entre poder e instituições nacionais
Durante seu segundo mandato, Trump consolidou a autoridade executiva ao ampliar suas prerrogativas jurídicas, muitas vezes desafiando o Congresso, o judiciário e os governos estaduais. A dissolução de obstáculos tradicionais, como a substituição de funcionários públicos por aliados políticos e o uso de órgãos como o FBI e o Departamento de Justiça para perseguições internas, reforçaram sua influência.
No entanto, há sinais de resistência. Decisões judiciais têm freado suas ações, incluindo limitações ao uso de poderes emergenciais para aplicar tarifas comerciais. Além disso, governadores e prefeitos continuam com autonomia, e recentes reveses eleitorais para os republicanos em estados-chave evidenciam que o apoio interno ao ex-presidente pode estar esfriando. Assim, a possibilidade de uma revolução política completa depende de como esses freios e contrapesos agirão em 2026.
Dinâmicas internacionais e a estratégia de Trump na guerra comercial
Reconfiguração do papel dos EUA no mundo
Na arena global, Trump busca transformar a posição dos Estados Unidos, abandonando parcialmente o promoção da democracia e a assistência ao desenvolvimento internacional. Seu objetivo é redirecionar relações bilaterais que beneficiem diretamente Washington, formando uma rede de alianças que exclui acordos multilaterais tradicionais.
No entanto, seu confronto com a China expôs limitações. Em 2026, as tentativas de boicote às commodities chinesas resultaram em represálias que tiveram impacto direto na cadeia de suprimentos de tecnologias essenciais. Para lidar com essas tensões, Trump precisará negociar concessões, como o acesso a semicondutores americanos, e buscar alianças estratégicas com países como Japão, Coreia do Sul, Austrália, Brasil e Arábia Saudita. Essas nações, portanto, ganharam peso na defesa de interesses comuns.
Perspectivas para o futuro
Embora o presidente tente consolidar um modelo de relações internacionais dominado por interesses bilaterais e de curto prazo, as respostas adversas e os mecanismos institucionais internos representam obstáculos concretos. A disputa entre um poder executivo forte e os freios do sistema judiciário e político é a sensação que permeia 2026, deixando o futuro de Trump e do papel global dos EUA em aberto.
Assim, o ano deve marcar uma fase de contenção de seus avanços, onde o equilíbrio de forças será crucial para definir os rumos internos e externos do país perante um cenário internacional cada vez mais complexo.
