O Centrão, formado pelos partidos progressista (PP), social democrata (PSD), Republicanos, Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e União Brasil, está se organizando nos bastidores para decidir se dará apoio formal ou permitirá que seus membros escolham entre Flávio Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2026. Este momento estratégico é crucial, especialmente com a proximidade do período eleitoral e o potencial impacto que essa decisão terá na composição do próximo governo.
Reuniões e articulações do Centrão
Fontes consultadas pelo Metrópoles revelaram que líderes do grupo planejam uma reunião para janeiro de 2024, onde discutirão o futuro eleitoral do bloco. A expectativa é que o MDB inclua sua adesão à reeleição de Lula, fortalecendo a aliança do governo atual. No entanto, caciques de outros partidos dentro do Centrão argumentam que um único encontro pode não ser suficiente para resolver todas as divergências sobre o apoio. Eles acreditam que a definição sobre candidatos dependerá do cenário político que se desenrolará durante o ano e de quem será escolhido como vice na eventual chapa de Lula.
Divergências internas no União Brasil
Dentro do União Brasil, o debate sobre o apoio presidencial já está gerando divisões. Uma ala do partido está inclinada a se aliar ao nome indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto outra prefere esperar a evolução das pesquisas eleitorais para buscar um consenso mais adequado. No PP, liderado por Ciro Nogueira, a tendência é permitir que os filiados decidam conforme suas próprias percepções políticas. Essa pluralidade de opiniões demonstra a complexidade da situação e a dificuldade de alinhar uma postura unificada dentro do Centrão.
O impasse político e suas implicações
Este impasse acontece em meio a uma fase de reorganização das forças políticas no Brasil, onde Lula busca ampliar sua base no Congresso, e o bolsonarismo trabalha para manter sua influência e protagonismo nas próximas eleições presidenciais. O Centrão, conhecido por seu pragmatismo eleitoral, tende a calibrar sua posição conforme a viabilidade dos candidatos, a composição das chapas e a capacidade de oferta de espaço político e influência em um futuro governo a partir de 2027.
O peso do Centrão no governo Lula
Atualmente, as legendas que compõem o Centrão (MDB, PSD, União Brasil, PP e Republicanos) têm cerca de 11 ministérios na coalizão governista, o que reflete a importância e a força dessa articulação política no cenário brasileiro. As seguintes pastas estão sob sua liderança:
Distribuição Ministerial do Centrão
MDB
- Ministério do Planejamento e Orçamento – Simone Tebet
- Ministério das Cidades – Jader Filho
- Ministério dos Transportes – Renan Filho
PSD
- Ministério da Agricultura e Pecuária – Carlos Fávaro
- Ministério de Minas e Energia – Alexandre Silveira
- Ministério da Pesca e Aquicultura – André de Paula
União Brasil
- Ministério das Comunicações – Juscelino Filho
- Ministério do Turismo – Gustavo Feliciano (Ex-União Brasil)
PP
- Ministério do Esporte – André Fufuca
Republicanos
- Ministério dos Portos e Aeroportos – Silvio Costa Filho.
Conclusão
O futuro do Centrão nas eleições de 2026 e sua posição em relação aos candidatos Flávio Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva estão em aberto. A condução dessas articulações será essencial para determinar o cenário político do Brasil nos próximos anos. Enquanto a reunião agendada para janeiro se aproxima, o desenrolar das discussões e possíveis alianças dentro do bloco prometem movimentar a política nacional, refletindo a complexidade e a dinâmica das relações entre os partidos.

