O ano de 2025 apresentou três grandes enredos que moldaram a economia brasileira e global: a trajetória dos juros, as relações com os Estados Unidos sob a gestão de Trump e a difícil questão fiscal do Brasil. Esses temas marcaram o panorama econômico e político ao longo do ano, refletindo desafios e incertezas.
Impacto da política monetária e juros
O Brasil iniciou 2025 com uma forte reação do Banco Central, sob a liderança de Gabriel Galípolo, ao elevar a taxa Selic para 15%, patamar que se manteve até o final do ano. Essa decisão surpreendeu e gerou silêncio por parte do Palácio do Planalto, evidenciando uma autonomia crescente do BC diante de pressões políticas. Apesar das críticas, o novo sistema de mandatos fixos para os dirigentes do banco central se consolidou, guiando a política monetária de acordo com as metas estabelecidas, ao menos até o momento.
Expectativas para a redução da Selic
Para 2026, a expectativa é que o Copom implemente uma redução gradual na taxa, possivelmente começando em janeiro ou no mais tardar em março de 2026. Essa decisão dependerá do comportamento da inflação e do cenário externo, especialmente os efeitos da valorização do real.
Relações internacionais e o papel de Trump
Outro grande tumulto foi a relação com os Estados Unidos durante o governo de Donald Trump. Os tarifões provocaram uma crise comercial de grande porte, que, apesar das tentativas diplomáticas, acabou se amenizando. Presidentes foram “pragmáticos” e buscaram evitar o agravamento das tensões, com a diplomacia prevalecendo.
Repercussões do tariff wars
O esforço foi para enfraquecer o dólar, o que de fato ocorreu de forma espontânea nos mercados, com uma baixa de 10-15% desde o “liberation day”. Como consequência, o real atingiu níveis próximos a R$ 5,50, projetando uma melhora significativa na balança de câmbio e ajudando a conter a inflação, que ficou na faixa superior de tolerância ao longo do ano.
A crise fiscal e os dilemas do Brasil
O tema do desequilíbrio fiscal dominou as discussões durante 2025. Após o fracasso na redução de gastos em dezembro de 2024, o governo tentou, sem sucesso, cumprir as metas do arcabouço fiscal, que permanecem frouxas. A maior dificuldade foi com a arrecadação, que mostrou-se insuficiente, levando a uma maior dependência de bondades políticas e estratégias de marquetagem.
Endividamento e desafios futuros
Ao final do ano, a dívida pública bateu em 80% do PIB, atingindo um nível jamais registrado e deixando o País na zona de risco, mesmo antes do início oficial da campanha eleitoral de 2026. Discurso do PR sobre uma “isenção” de R$ 5 mil como um décimo quarto salário e a ampliação de feriados demonstram uma tentativa de alívio social, mas aumentam a preocupação com o agravamento do déficit e a sustentação da dívida.
Perspectivas e balanço final
O ano termina com um quadro de tensões: alta no juro, desequilíbrio fiscal e volatilidade internacional. A economia brasileira caminha com um pé no acelerador e outro no freio, gastando muita energia, mas com pouco avanço real. A expectativa é de que as reformas fiscais e o controle da política monetária sejam decisivos para o país nos próximos anos, especialmente com o cenário externo envuelto em incertezas.
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