O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já iniciou os preparativos para suas primeiras agendas internacionais de 2026. Em um ano que promete ser intenso devido à disputa eleitoral, Lula deve priorizar assuntos internos, mas ao mesmo tempo está atento a relações bilaterais e comerciais. Já estão previstas ao menos quatro viagens ao exterior no primeiro semestre do ano, com o objetivo de fortalecer laços com parceiros estratégicos.
Primeiras etapas da agenda internacional
A primeira viagem pode acontecer em janeiro, quando Lula deve visitar o Panamá. No último sábado (20/12), o presidente brasileiro se encontrou com José Raúl Mulino, presidente do Panamá, durante a Cúpula do Mercosul. Durante o encontro, Mulino convidou Lula para participar do Fórum Econômico Internacional da América Latina e Caribe. A agenda da viagem ainda está em avaliação, mas há otimismo quanto à possibilidade dessa visita.
Em fevereiro, Lula seguirá para a Índia e a Coreia do Sul. Na Índia, o presidente brasileiro participará da abertura de um seminário focado em inteligência artificial e, em seguida, realizará uma visita de Estado. Essa viagem é parte de uma estratégia mais ampla do governo, que nos últimos meses tem intensificado as negociações para fortalecer vínculos comerciais com o mercado indiano, cada vez mais importante para o Brasil. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) liderou uma missão a Nova Delhi em outubro passado, com o intuito de abrir mais oportunidades para produtos brasileiros no país.
Foco na diversificação de mercados
O governo Lula tem investido em uma estratégia de diversificação de parceiros comerciais, buscando reduzir a dependência de grandes potências. Segundo assessores, essa abordagem tem contribuído para mitigar os impactos negativos de algumas políticas internacionais na economia brasileira. A administração tem se dedicado a mercados na Ásia, e Lula já realizou visitas a países como China, Malásia, Indonésia, Japão e Vietnã durante seu mandato.
A visita à Coreia do Sul, também prevista no calendário, é estratégica para abrir novos canais para a exportação de carne brasileira, um dos produtos mais fortes do agronegócio nacional. Com a crescente demanda por carne, o governo brasileiro vê essa viagem como uma oportunidade essencial para fortalecer as relações comerciais com o asiático.
Eventos internacionais na agenda de 2026
Além das visitas ao Panamá, Índia e Coreia do Sul, o Palácio do Planalto já planeja uma viagem de Lula à Alemanha em março para a Feira de Hannover, o mais importante evento de inovação e tecnologia industrial do mundo. Durante a feira, o Brasil será homenageado, e Lula terá a chance de se reunir bilateralmente com o primeiro-ministro Friedrich Merz, avaliando novas parcerias e colaborações.
Compromissos no segundo semestre
Após essa série de viagens, os compromissos internacionais do presidente Lula poderão ser impactados pela sua campanha de reeleição, que deve tomar conta de sua agenda no segundo semestre. Embora ainda não confirmado, é possível que Lula participe de importantes cúpulas internacionais, como a do G7, marcada para junho na França. Historicamente, o presidente brasileiro costuma receber convites para esse tipo de evento.
Além disso, há expectativa em torno do encontro de líderes do Brics, que ocorrerá na Índia, e da Assembleia-Geral das Nações Unidas em setembro, em Nova York. O Brasil também deve estar presente na Cúpula do G20, nos Estados Unidos, e na 31ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP31), prevista para acontecer na Turquia.
Essas viagens refletem não apenas a intenção de Lula de atrair novos investimentos, mas também de reposicionar o Brasil no cenário internacional, mostrando que, mesmo em um ano eleitoral, o país continua buscando estreitar laços com o exterior e impulsionar sua economia.
