Brasil, 27 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Liberação de saidinha beneficia 3,6 mil presos na região de Campinas

No dia 23 de dezembro, 3,6 mil presos e presas da região de Campinas, em São Paulo, receberam autorização da Justiça para a chamada “saidinha” de fim de ano. Esse benefício permite que os reeducandos deixem as unidades prisionais com um prazo para retornar até 5 de janeiro de 2026. A medida foi confirmada pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), que destacou que a decisão é uma prerrogativa do Poder Judiciário, sendo prevista na Lei de Execução Penal.

Detentos beneficiados e cidades envolvidas

Os números de presos beneficiados variam conforme a cidade, com Campinas liderando com 1.727 saídas, seguida por Hortolândia com 1.512, Sumaré com 112 e Mogi Guaçu com 48. Notavelmente, não foram autorizadas saídas em Americana. É importante destacar que, caso um reeducando não retorne ao final do período estipulado, ele é considerado foragido e poderá perder o direito ao regime semiaberto, retornando ao regime fechado.

O que é a saidinha e como funciona?

A “saidinha” é um benefício estabelecido para promover a ressocialização dos detentos, além de manter seus vínculos sociais fora do sistema prisional. De acordo com uma portaria do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), são previstas quatro saídas temporárias ao longo do ano: março, junho, setembro e dezembro. Essas saídas começam sempre na terça-feira da terceira semana do mês, às 6h, e se encerram na segunda-feira seguinte às 18h, com uma exceção para o mês de dezembro, que abrange as festividades de Natal e Ano Novo.

Critérios para a concessão do benefício

Para que um detento possa usufruir desta saída temporária, ele deve ter cumprido um mínimo de 1/6 da pena, se for réu primário, e 1/4 se for reincidente. Além disso, é fundamental que o reeducando apresente bom comportamento durante sua estadia na unidade prisional. Caso um preso tenha ocorrido alguma infração leve ou média, ele estará sujeito a uma reabilitação de conduta, que pode levar até 60 dias, antes de conseguir novamente o direito à saidinha.

Casos de infração e repercussão

A liberação dos detentos não é isenta de controvérsias. Recentemente, um caso em Sumaré destacou a preocupação com o uso indevido do benefício. Um homem que havia sido liberado pela saidinha foi preso novamente por agredir e ameaçar sua esposa. Esse episódio levanta questionamentos sobre a eficácia das medidas de ressocialização e a necessidade de monitoramento e apoio para os reeducandos durante essa transição.

Em resposta à intenção de transparência, o g1 solicitou à SAP informações detalhadas sobre os números de presos beneficiados na região de Campinas, e a reportagem será atualizada assim que a pasta responder. Enquanto isso, a liberação de 3,6 mil reeducandos representa um momento significativo na tentativa de reintegração desses indivíduos à sociedade, evidenciando os desafios e as oportunidades que a Justiça enfrenta ao lidar com a questão penal.

Conclusão e reflexões

A saidinha de fim de ano é uma prática que, embora controversa, busca incentivar a ressocialização dos detentos e fortalecer laços sociais. Contudo, a complexidade do sistema prisional brasileiro exige um olhar atento sobre como esses benefícios são implementados, a necessidade de suporte contínuo e a proteção de direitos tanto dos reeducandos quanto da sociedade. Com a liberdade por um breve período, a esperança é que muitos possam usar essa oportunidade para refletir sobre seus atos e buscar um futuro mais positivo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes