A maioria dos jovens brasileiros, entre 14 e 29 anos, já ouviu falar de inteligência artificial (IA), mesmo aqueles que vivem em famílias de vulnerabilidade social, revela uma pesquisa realizada pela Nexus em parceria com a Demà, empresa de tecnologia educacional. O estudo foi conduzido com 2 mil jovens e mostra que a presença da IA no cotidiano é cada vez mais evidente.
Obstáculos e interesses entre jovens vulneráveis
Apesar do acesso limitado à tecnologia e à capacitação, jovens de famílias mais vulneráveis demonstram um alto nível de conhecimento sobre IA, com 84% cientes de seus desafios no mercado de trabalho. Ainda assim, esses jovens despertam maior interesse em fazer cursos de IA, segundo a pesquisa.
IA como ferramenta do cotidiano e futuro profissional
Para 65% dos entrevistados, dominar ferramentas de IA é importante para a carreira futura, e 38% consideram que saber usar essas tecnologias é essencial para conquistar um emprego de qualidade. Muitos jovens já utilizam IA como uma espécie de “Google da nova geração”, principalmente para pesquisas, estudos e produção de textos.
Familiarização e preocupações
Sete em cada dez jovens afirmam que têm contato quase diário com ferramentas ou conteúdos baseados em IA, mas 47% deles também têm uma visão de alerta, preocupados com impactos na automação digital e possíveis perdedores de empregos. Além disso, ainda que o medo de perder uma vaga de trabalho para máquinas seja presente, a vontade de aprender sobre IA é forte, especialmente entre os jovens de baixa renda.
O papel da IA na educação e os riscos envolvidos
Para a maioria, a IA funciona como uma ferramenta de apoio ao estudo, ajudando em pesquisas, estudos e tarefas. No entanto, há receios quanto à dependência excessiva do uso da tecnologia, potencial perda do pensamento crítico e a falsa sensação de que a IA eliminaria a necessidade de estudar.
Desigualdade no acesso e perspectivas futuras
Juan Carlos Moreno, diretor da Demà, destaca que “os números expõem claramente que não apenas o acesso à tecnologia, mas também o próprio conhecimento, ainda não é o ideal quando se analisam indicadores sociais e econômicos”. A pesquisa revela que jovens de famílias mais vulneráveis, beneficiários do Bolsa Família, demonstram menor contato diário com a tecnologia, embora tenham maior interesse em cursos de IA.
Apesar dos obstáculos, a maioria dos jovens acredita que a IA pode ajudar na educação e no mercado de trabalho. Segundo o levantamento, cerca de 90% deles conhecem a tecnologia, com os jovens de vulnerabilidade social apresentando uma taxa de 84%. Sete de cada dez entrevistados afirmam usar IA com frequência, o que mostra uma crescente familiaridade com as ferramentas digitais.
Para acompanhar essa tendência, a rather a IA é vista por muitos como uma “nova geração” de pesquisa, substituindo o antigo Google em tarefas cotidianas. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de formação e capacitação apropriadas, para que o avanço tecnológico seja acessível a todos e contribua para reduzir, e não ampliar, desigualdades.


