Brasil, 27 de dezembro de 2025
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Histórias de coragem: médica ucraniana na linha de frente

A guerra na Ucrânia trouxe à tona inúmeras histórias de bravura e sacrifício, mas poucas são tão tocantes quanto a de Olena, uma médica que, mesmo distante de sua terra natal, decidiu retornar para ajudar os feridos na linha de frente. Sua trajetória não é apenas de profissionais de saúde, mas de uma mulher guiada pela fé e pelo amor à sua pátria.

O chamado para voltar para casa

Natural de Ternopil, na Ucrânia, Olena morou na Itália de 2008 a 2015, quando decidiu retornar ao seu país natal. No entanto, a vida a levou novamente para a Itália. Com a invasão russa em fevereiro de 2022, Olena percebeu que tinha que voltar. “Na manhã da invasão, minha mãe me ligou e, sem hesitar, eu disse: ‘Mãe, venham para cá’. Mas ela respondeu: ‘Não, minha filha, não vamos para nenhum lugar’”, relembra.

Determinada, Olena enfrentou obstáculos significativos para finalmente voltar à Ucrânia, conseguindo uma van que a levou até a fronteira. Ao chegar em casa, recebeu a acolhida confusa de sua mãe, mas sua decisão estava clara: se alistar para servir como médica militar, onde tem prestado um papel vital, ajudando a salvar vidas em situações extremas.

A dura realidade da guerra

Trabalhando como enfermeira-chefe em uma unidade de evacuação, Olena descreve a realidade que enfrenta diariamente: “A dor humana é muito mais profunda do que eu imaginava. Lidar com pessoas gravemente feridas é um desafio difícil, que pesa sobre os ombros até dos mais experientes”. O testemunho dela revela uma verdade amarga da guerra, onde a intensidade da dor e do sofrimento é constante.

Contudo, mesmo em meio ao desespero, Olena encontra forças que vão além do humano: “Somente Deus me dá tanta força!”, afirma, revelando que sua fé é uma fonte inextinguível de coragem.

Recuperação e esperança em meio ao caos

Em um ano marcado por lutas incessantes, Olena participou, pela primeira vez, de um projeto de recuperação chamado “Repower”. “O descanso parecia impossível, porque a mente sabe que terá que voltar para a linha de frente”, destaca ela. Apesar dos desafios, as pequenas vitórias fazem a diferença: “Às vezes, uma pessoa chega sem sinais vitais, mas, graças a Deus, podemos trazê-la de volta. Isso nos dá nova energia”, explica.

Mesmo com a perda de colegas, Olena se sente fortalecida pelos milagres que testemunha, como o retorno à vida de pacientes considerados perdidos. “Quando alguém ressurge, sabemos que estamos fazendo o bem”, diz, com um brilho de esperança nos olhos.

Trabalhar lado a lado com a morte

O luto e a dor são parte intrínseca da experiência na linha de frente. Olena reflete sobre o impacto da morte em seus colegas: “A consciência da fragilidade nos acompanha todos os dias. Sabemos que não somos onipotentes”. A morte de soldados se torna uma realidade que ela enfrenta diariamente, gerando perguntas sem respostas: “Por que algumas vidas são ceifadas?”

Em meio a esse cenário, Olena confia em sua fé e acredita que há um propósito maior: “Deus nos protege e tem planos para nós”. Ela recorda momentos críticos, um deles, como o ataque que destruiu um centro médico do qual ela havia saído minutos antes.

A gratidão como combustível

Olena frequentemente encontra os feridos que ajudou e, neles, encontra a recompensa pelo seu trabalho. “O momento mais bonito é quando eles me dizem ‘obrigado’. É uma expressão que transcende palavras”, compartilha, emocionada. Ela destaca como a presença de crianças e suas orações se tornam um suporte vital: “As orações das crianças são muito importantes, especialmente durante a guerra”, diz.

Celebrando a vida e a fé no Natal

À medida que o Natal se aproxima, Olena reflete sobre sua família e as preocupações que carrega. Em meio a tudo isso, ela se vê envolvida em tradições que trazem um pouco de luz e esperança: “Preparamos ‘kutia’, entoamos canções natalinas. Celebramos o nascimento de Jesus, mesmo longe de casa”, explica ela.

Por fim, Olena expressa sua gratidão por estar com seus novos companheiros de batalha, uma família forjada nas adversidades: “É um motivo de grande gratidão por esta oportunidade!”, encerra, mostrando que, mesmo em meio à dor, a esperança e a fé permanecem inabaláveis.

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