No dia 24 de dezembro, Mogi das Cruzes foi abalado pela notícia do assassinato do Guarda Civil Municipal (GCM) Nelson Caetano de Lima Neto. O principal suspeito do crime é Uelton de Souza Almeida, ex-secretário adjunto de Segurança de Arujá, que se entregou à polícia após o ocorrido. Juliana Simão Gomes, namorada da vítima, desabafou sobre a tragédia que mudou a vida de sua família e gerou um clamor por justiça.
O Trágico Evento de Natal
O crime aconteceu na casa onde Juliana reside, e segundo relatos, Uelton efetou 12 disparos contra Nelson. A situação se agravou após uma discussão entre o ex-casal, que já estava separados há anos, mas coabitavam o mesmo imóvel devido a circunstâncias financeiras. Juliana contou que, mesmo morando juntos, o relacionamento entre eles era tenso, especialmente por Uelton não aceitar o novo namorado dela.
Em um momento que deveria ser de celebração, Juliana preparava um churrasco para comemorar o Natal com seus filhos e Nelson. A intenção era proporcionar um momento alegre para a família, mas a discussão entre Juliana e Uelton acabou por desencadear a tragédia. “Meus filhos começaram a chorar, eu peguei o telefone e liguei para o Nelson e falei: ‘O Uelton acabou com nosso Natal’”, relembra Juliana, que se viu no meio de um conflito que terminou em um ato extremo de violência.
As Circunstâncias do Crime
Após a discussão, Uelton deixou a residência, mas retornou com uma arma. Juliana pediu que Nelson não entrasse na casa até que a situação se acalmasse, mas Uelton, descontrolado, disparou contra ele. Juliana descreve o momento com emoção: “Ele (Uelton) foi covarde. Minhas filhas ligavam para o pai e perguntavam: ‘Por que o senhor matou o tio Nelson?’” Essa pergunta direta das crianças reflete o impacto emocional da tragédia em uma família já vulnerável.
A Reação da Comunidade e das Autoridades
Após o crime, Uelton se apresentou à polícia, alegando agir em legítima defesa. Seu advogado, Eugênio Malavasi, justificou sua entrega à polícia como um ato de lealdade. “Uelton não teve outra alternativa a não ser agir em legítima defesa”, afirmou o advogado em uma nota oficial. Entretanto, a versão de Juliana contrasta com a defesa apresentada, revelando um cenário delicado e cheio de nuances.
O caso já gerou repercussão significativa na comunidade de Mogi das Cruzes e Arujá, com apelos pela justiça e pela proteção de outras famílias que possam estar em situações semelhantes. A Secretaria de Segurança de Arujá respondeu ao caso exonerando Uelton de seu cargo e suspendendo-o de suas funções como GCM, comprometendo-se a colaborar com as investigações.
Um Olhar sobre a Vida de Nelson
A morte de Nelson, um gcm dedicado, deixou uma marca profunda em sua namorada e seus filhos. Juliana mencionou que ele era um pai excelente e muito presente: “Ele (Nelson) ajudava em tudo. Eu estava super feliz de poder proporcionar um Natal feliz para os meus filhos”, lamentou. Essa perda trágica não é apenas uma estatística, mas uma dor pessoal que afeta cada membro da família e a comunidade.
Próximos Passos
A Câmara Municipal de Arujá afirmou que o caso será remetido ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A sociedade aguarda ansiosamente por uma resposta das autoridades e pela justiça em um caso que não apenas abalou uma família, mas também levantou questões sobre segurança e violência nas relações familiares.
Enquanto a investigação avança, a dor e o sofrimento da família de Nelson continuam a ecoar, revelando a necessidade de um diálogo mais amplo sobre a violência doméstica e as suas consequências. “Eu entendo a dor da dona Shirlei (mãe de Nelson). Ele (Uelton) acabou com a minha vida, com a vida da família do Nelson, com a dos meus filhos”, desabafa Juliana, que agora enfrenta um novo desafio de criar seus filhos sozinha.
Este trágico evento nos lembra da fragilidade da vida e da necessidade urgente de políticas públicas que possam fornecer apoio a famílias vulneráveis, criando um ambiente mais seguro e protegido.


