Em um desdobramento dramático, Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi preso após tentar fugir do Brasil para o Paraguai. Sua detenção ocorreu no último sábado, e agora ele se encontra em Brasília, aguardando o cumprimento da prisão preventiva determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Fuga frustrada e prisão no Paraguai
Aos interessados na política e nas operações das forças de segurança, é importante destacar que Vasques foi detido no Aeroporto de Assunção, onde tentava embarcar em um voo para El Salvador com documentos paraguaios falsificados. A PF teve sucesso em seu cruzamento de informações e conseguiu localizá-lo após a Polícia Nacional do Paraguai ser alertada sobre sua condição criminal.
Ele havia rompido a tornozeleira eletrônica que usava como parte das condições de sua liberdade condicional, saindo de sua residência em São José, na região metropolitana de Florianópolis, na noite de Natal. No momento de sua fuga, as autoridades começaram a perceber a irregularidade, comunicando-se com a Polícia Penal de Santa Catarina assim que a sinalização do dispositivo de monitoramento foi cortada.
O envolvimento em uma trama golpista
Vasques, que atuou como diretor da PRF durante o governo Jair Bolsonaro, foi condenado há apenas uma semana a uma pena de 24 anos e seis meses de prisão por sua participação em uma trama golpista durante as eleições de 2022. Essa ação, segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), envolvia a manipulação de operações rodoviárias em favor da candidatura de Bolsonaro, dificultando o acesso dos eleitores que apoiavam Lula.
As investigações mostraram que durante as semanas antecedentes ao pleito, Vasques promoveu um uso ilegal da estrutura da PRF, tendo sido acusado de provocar a intensificação de fiscalizações em rodovias do Nordeste, onde Lula tinha vantagem nas pesquisas eleitorais.
Os detalhes da fuga de Silvinei Vasques
De acordo com os registros e as imagens de segurança que a PF obteve, Silvinei foi visto pela última vez em sua residência no dia 24 de dezembro, carregando um carro alugado com objetos pessoais e outros itens, incluindo um cachorro. As autoridades foram alertadas sobre sua ausência somente na manhã do dia seguinte, quando a tornozeleira parou de emitir sinal, desencadeando uma operação de busca.
Graças à cooperação internacional, a PF conseguiu que a adidância no Paraguai informasse as autoridades locais, resultando na prisão de Vasques quando ele se preparava para embarcar com documentos falsificados. Ele carregava também uma carta que alegava que tinha câncer cerebral, o que foi utilizado como justificativa por ele para a viagem ao exterior.
Consequências e desdobramentos legais
Agora, Silvinei Vasques cumpre prisão preventiva em Brasília, onde aguardará a continuidade do processo judicial que lhe é movido. As alegações contra ele são graves, envolvendo também a possível sabotagem de processos eleitorais e a utilização indevida de recursos públicos durante sua gestão na PRF.
Além disso, as revelações sobre sua fuga e a forma como as autoridades brasileiras e paraguaias conseguiram detê-lo levantam questões sobre a capacidade de controle e monitoramento de indivíduos que enfrentam condenações por crimes graves, assim como os desafios enfrentados pelos órgãos de segurança pública para evitar que situações assim voltem a ocorrer no futuro.
Com uma carreira de 27 anos na PRF, Silvinei eligiu uma trajetória marcada por polêmicas e agora enfrenta um futuro incerto, enquanto sua história se desenrola na arena judicial brasileira. O caso continua a ser acompanhado de perto pela mídia e pela sociedade, que esperam por respostas sobre a corrupção e a manipulação política nas instituições do país.


