Na última sexta-feira (26/12), o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) convocou uma votação crucial para os profissionais da aviação regular, incluindo pilotos e comissários. A nova proposta de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para 2025/26, mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), será submetida a votação nos dias 27 e 28 de dezembro. A votação será realizada de forma on-line, começando na manhã do sábado (27/12) e encerrando às 16h de domingo (28/12), através da plataforma do sindicato.
Cenário de negociação
A novidade na pauta acontece após a rejeição quase empatar de uma proposta patronal anterior, onde 49,31% dos aeronautas votaram contra, 49,25% a favor e 1,44% se abstiveram. Com o impasse, o SNA declarou estado de greve, permitindo a possibilidade de paralisação a partir de 1º de janeiro, dependendo do resultado da nova votação.
Essas negociações envolvem apenas as companhias aéreas Azul e Gol, já que os funcionários da Latam aprovaram um acordo coletivo em votações realizadas nos dias 11 e 12 de dezembro, ficando assim fora do escopo do possível movimento grevista.
Reivindicações da categoria
Os aeronautas apresentam uma série de reivindicações. Entre os principais pontos defendidos, estão:
- Recomposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais 3%;
- Reajuste do vale-alimentação pelo INPC mais R$ 105;
- Estabelecimento de previdência privada;
- Aumento das diárias internacionais, sendo proposto US$ 4 para países da América do Sul, EUA e América Central;
- Pagamento em dobro da hora noturna.
Além disso, a luta contra a fadiga dos tripulantes foi destacada como pauta prioritária, abordando a importância da saúde dos trabalhadores e a segurança operacional nas aeronaves.
Proposta mediada pelo TST
Como contraproposta para a renovação da CCT, o TST sugeriu um reajuste salarial pelo INPC mais 0,5% e um aumento de 8% no vale-alimentação. Este novo texto será posto em votação neste fim de semana, na aula on-line proposta pelo SNA.
Caso a greve seja aprovada na assembleia, o sindicato enfatiza que há um prazo legal de 72 horas antes do início do movimento. Até que uma decisão seja tomada, as atividades dos tripulantes continuarão normalmente. Essa situação é especialmente delicada, pois acontece nas vésperas de um período de alta demanda para o transporte aéreo, que inclui as festividades de fim de ano e pode impactar significativamente a programação de voos durante o Ano Novo.
Posicionamento do sindicato
Em uma nota emitida, o SNA enfatizou que reconhece os transtornos que uma eventual paralisação pode causar aos passageiros, mas ressaltou que a mobilização é considerada o último recurso devido à falta de consenso nas negociações. Destacaram, ainda, a importância de valorizar os aeronautas para que sejam mantidos os padrões de segurança e qualidade da aviação civil brasileira.
Com todas essas informações, a expectativa agora é para a votação que definirá os próximos passos dos aeronautas e a possível continuidade das negociações. A classe aguarda um desfecho que possa atender às suas reivindicações sem comprometer a rotina dos passageiros que dependem dos voos, especialmente durante este período festivo.


